# 16 abril 2019 |
O jogador, Jorge Molder & Marta Mestre
Museu da Revolução, Guy Tillim & Joaquim Toledo Jr.
Negativos eliminados, Inês Costa
Parando o tempo, Hiroshi Sugimoto
Mulheres de verdade, Camila Falcão & Clara Averbuck
Um monumento da modernidade, Irving Penn & Eduardo Costa
Cicatrizes que falam, Silvana Jeha
Para além do México, Manuel Álvarez Bravo & Gerardo Mosquera
O spam da Terra, Hito Steyerl & Giselle Beiguelman
Sobras de uma guerra, Dorrit Harazim
A fotografia passou décadas esculpindo clichês variados. Cabe atenção para desmontá-los. A artista Hito Steyerl contrapõe imagens de pessoas perfeitas que circulam nas mensagens de spam ao crescente número de cidadãos politicamente invisíveis ou discriminados. A fotógrafa Camila Falcão apresenta a intimidade de travestis e mulheres trans, que constroem um novo tipo de feminismo ao mesmo tempo que têm suas vidas e seus direitos ameaçados.
Desconfie do que vê e do que viram em seu lugar. A cada foto feita por Walker Evans e outros bambas para registrar os esforços do governo dos Estados Unidos em superar a Grande Depressão, milhares de outras imagens foram descartadas e só agora reveladas; assim como atrás de cada herói da Guerra do Vietnã escondiam-se fotógrafos vietcongues que trabalhavam em causa própria e buscavam a vitória de forma obstinada.
O sul-africano Guy Tillim apresenta as camadas históricas e urbanas da África contemporânea, onde colonizadores deram lugar a ditadores, que agora cedem espaço ao capitalismo global. Produto da criminologia positivista, um arquivo de tatuagens penitenciárias condensa hoje em imagens a história de americanos, italianos, sírios e outros imigrantes que se cruzaram na São Paulo do início do século 20.
Enquanto o artista português Jorge Molder investiga os efeitos do acaso, o fotógrafo japonês Hiroshi Sugimoto discorre sobre o desejo humano de fixar o tempo.
A obra do mestre Manuel Álvarez Bravo é revista para desfazer o exotismo que a visão eurocêntrica impunha aos artistas de seu país – uma tensão entre modernismo e nacionalismo também presente no retrato inédito de Oscar Niemeyer.
É importante manter os olhos abertos para ver – de forma melhor e mais livre.