A comissão julgadora da Bolsa de Fotografia ZUM/IMS selecionou os ganhadores da nona edição, depois de avaliar mais de 500 projetos de todas as partes do país. O objetivo da premiação é fomentar o trabalho de artistas e fotógrafos das mais variadas vertentes, sem restrição de tema, perfil ou suporte. Cada selecionado receberá uma bolsa no valor de R$ 65 mil e terá oito meses para desenvolver o trabalho. A curadora Giselle Beiguelman e a jornalista e pesquisadora Fabiana Lopes foram as juradas convidadas nesta edição da Bolsa ZUM/IMS. O resultado final dos projetos fará parte da Coleção de Fotografia Contemporânea do Instituto Moreira Salles.
Os vencedores desta edição são Corpoflor – A anatomia da água, de Castiel Vitorino Brasileiro, e Chão de estrelas, de Tiago Sant’ana.
“É importante que tenhamos escolhido projetos apresentados por artistas que estão em diferentes momentos de suas práticas, como é o caso de Castiel Vitorino Brasileiro e Tiago Sant’Ana. Cada um a sua maneira, ambos projetos contribuem para esgarçar um pouco mais nosso entendimento sobre arte contemporânea e sobre fotografia”, comenta Thyago Nogueira, coordenador da Bolsa de Fotografia e da área de Fotografia Contemporânea do IMS
Castiel Vitorino Brasileiro (Vitória, ES – 1996)
A partir de uma imersão na ilha de Upaon-Açu, Maranhão, a artista criará seis livros em parceria com a artista maranhense Gê Viana. O projeto Corpoflor – A anatomia da água propõe a experimentação de um corpo que se desloca não mais pela necessidade de fuga ou como resposta à violência, mas impulsionado por sinais de liberdade.
Castiel Vitorino Brasileiro. Vitória, ES, 1996. Artista, escritora e psicóloga clínica, mestranda no programa de Psicologia Clínica da PUC-SP. Castiel lida com os conceitos de drible, incorporação e mergulho na ontologia Bantu, assumindo a cura como um momento de liberdade, através de noções sobre espiritualidade e ancestralidade.
O projeto Chão de estrelas propõe a investigação de estratégias de fuga e libertação no período colonial brasileiro, discutindo como essas táticas criam reverberações no imaginário visual brasileiro . Inspirado por narrativas locais ou ditados populares, o artista criará um inventário visual das fugas composto por quatro fotografias e uma videoarte.
Tiago Sant’Ana. Santo Antônio de Jesus, BA, 1990. Artista visual, curador e doutorando em cultura e sociedade pela Universidade Federal da Bahia. Seus trabalhos imergem nas tensões e representações das identidades afro-brasileiras, refletindo sobre a permanência das estruturas coloniais, o racismo estrutural e as dinâmicas que envolvem a produção da história e da memória.
As artes de divulgação desta edição foram elaboradas pelo Estúdio Daó.