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São Paulo em 10 livros de fotografia

Publicado em: 24 de janeiro de 2019

Em comemoração ao aniversário de 465 anos da fundação de São Paulo, selecionamos 10 livros de fotografia do acervo da Biblioteca de Fotografia do IMS Paulista que registram de diferentes maneiras as últimas quatro décadas da megalópole paulista. Das fotos de João Luiz Musa feitas no final dos anos 1970 da Vila Prudente ainda em processo de urbanização até as imagens recentes da vida noturna na praça Roosevelt feitas por Marina Nacamuli, a cidade surge cheia de contradições e perguntas nos livros de fotógrafos como Daido Moiryama, Mauro Restiffe, Felipe Russo, Gal Oppido, Cristiano Mascaro, Dulce Soares e George Love, entre outros.

 

São Paulo: anotações – George Love. Eletropaulo, 1982.

Patrocinado pela Eletropaulo, esta edição apresenta o registro visual da cidade de São Paulo pelas lentes do fotógrafo George Love. Os ensaios do artista apresentam as quatro facetas de seu trabalho: formal, jornalístico, introspectivo e casual.

 

Barra Funda: esquinas, fachadas e interiores – Dulce Soares. Imprensa Oficial, 1982.

A fotógrafa carioca Dulce Soares realizou esta série sobre o bairro da Barra Funda em 1977, com foco principalmente na arquitetura da região. Publicado cinco anos depois, o livro apresenta o trabalho em lâminas de imagens soltas, dando liberdade ao leitor para explorar a sequencia de fotos ao seu gosto.

 

São Paulo: Múltipla Metrópole – vários autores. Sogeral, 1989.

Publicado pela empresa financeira Sogeral como uma homenagem à capital paulista, o livro divide-se em ensaios temáticos para destacar aspectos urbanos, arquitetônicos e culturais de São Paulo, cada um deles realizado por um fotógrafo: Arnaldo Pappalardo (Avenida Paulista e Centro Velho: os caminhos da Capital),  Du Ribeiro (Vida noturna), Gal Oppido (Os monumentos e o verde), Cristiano Mascaro (Arquitetura: do clássico ao pós-moderno), Antonio Saggese (Shopping Center o paraíso do consumo), Tuca Reines (A meca dos gourmets), Armando Prado (Espaços culturais) e Emídio Luisi e Rosa Gauditano (Etnias: o mundo todo em São Paulo).

 

Entre duas esquinas da rua Celso Garcia – Lucia Mindlin Loeb. Autopublicado, 2007.

Este livro de artista foi feito a partir da foto de uma esquina da extensa rua Celso Garcia, na Zona Leste de São Paulo. Repetida em todas as páginas e a seguir escavada, a imagem ganha volume e movimento na superfície do livro, como se o leitor pudesse entrar na rua, ou olhar para ela com uma lupa.

 

São Paulo – Daido Moriyama. Kodansha, 2009

Em 2008, ano em que foi comemorado o centenário da migração japonesa, o renomado fotógrafo foi convidado para vir a São Paulo e fotografar a cidade por alguns dias em um projeto que envolveu a ida do brasileiro Miguel Rio Branco para realizar a mesma tarefa em Tóquio. Moriyama caminhou por várias regiões paulistanas, registrando as ruas e calçadas no seu estilo cru e direto, um embate quase físico com a cidade nas imagens publicadas no livro resultado do projeto.

 

Vila Prudente 1979-1981 – João Luiz Musa. Attar/Narval, 2012.

No final dos anos 1970, Jardim Elba e Vila Renato eram locais ainda em processo de urbanização que se tornariam parte da Vila Prudente, na zona leste de São Paulo. O trabalho de Musa, que visitou regularmente as comunidades por um período de dois anos,  documentou não apenas as mudanças urbanísticas, mas principalmente as pessoas e o modo de vida típico do bairro no início dos anos 1980.

 

 

Repaisagem – Marcelo Zocchio. Ipsis, 2012.

Na tradição de buscar em fotografias antigas de São Paulo, antes de se tornar a metrópole dos dias atuais, o fotógrafo Marcelo Zocchio cria montagens fotográficas em que mescla essas fotografias antigas a registros contemporâneos da cidade. O livro reúne 30 “repaisagens” de diferentes locais paulistanos, além de um encarte que fornece dados de localização e da transformação das localizações fotografadas.

 

São Paulo, fora de alcance – Mauro Restiffe, Instituto Moreira Salles, 2014.

No livro da exposição homônima de Mauro Restiffe sobre São Paulo, a cidade surge em sua monumentalidade decadente, feita de espaços vazios, grandes construções e monumentos já impregnados por um destino de ruína. Uma cidade que se mostra sempre fora de nossa alcance.

 

Centro – Felipe Russo. Autopublicado, 2014.

Escolhido como um dos melhores do ano pela revista Time em 2014, o livro de Russo registra a região central de São Paulo nas primeiras horas da manhã. O resultado é um centro esvaziado, uma paisagem de restos, de buracos e espaços deteriorados. Como se a cidade estivesse acordando com uma ressaca da noite anterior.

 

Roose – Marina Nacamuli. Autopublicado, 2017.

Na direção oposta do livro de Felipe Russo, a praça Roosevelt registrada pelas lentes de Nacamuli é vista a partir das pessoas que por ali passam, vivem e utilizam o espaço urbano. A fotografia direta, noturna, com flash muitas vezes estourado no rosto das pessoas nos passa uma sensação de vida e procura por conexões entre os indivíduos retratados.///

 

 

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