Conheça a ZUM #27
Publicado em: 18 de outubro de 2024A artista soteropolitana Mayara Ferrão, capa da ZUM #27, introduz novas fotografias na história visual do Brasil ao criar cenas familiares usando inteligência artificial e bancos de imagens. Para a professora Fernanda Silva e Sousa, o Álbum de desesquecimentos de Ferrão amplia nossa capacidade de imaginar não apenas um futuro mas também um passado livre.
Os fragmentos de corpo ampliados pela artista gaúcha Vera Chaves Barcellos transformam a pele em paisagens que aproximam a escala íntima e humana à vastidão infinita do cosmos. Essas Epidermic Scapes representam um ponto de virada na exploração da identidade e da corporeidade na arte, escreve a curadora Fernanda Pitta.
A artista mexicana Maya Goded reúne fotografias, vídeos, depoimentos e diários de viagens pelo continente americano para narrar a luta das mulheres contra a destruição da natureza, da espiritualidade e dos conhecimentos tradicionais, em trajetória acompanhada pela curadora Elena Navarro.
Em autorretratos feitos enquanto tentava se estabelecer na Bélgica, a fotógrafa togolesa Hélène Amouzou expressa a realidade incerta e transitória dos imigrantes, que lutam contra o racismo, a xenofobia e as políticas repressivas dos Estados. Para a curadora Bindi Vora, Amouzou contempla a impermanência de nossa existência, nos levando a aprender sobre o privilégio da liberdade.
O Lagos Studio Archives, projeto dos artistas Karl Ohiri e Riikka Kassinen, recupera negativos descartados na capital nigeriana para destacar a beleza dos retratos de estúdio e debater a importância dos arquivos na construção de uma história africana emancipadora, como destaca o jornalista Obidike Okafor.
As pinturas do artista Caio Pacela – abre e pôster da edição – fixam em tinta a óleo cenas que se disseminam em alta velocidade, como os memes e os cultos espirituais. Em Amálgama, mãos e cabeças encenam um rito de cura comum nos cultos evangélicos frequentados pelo artista. Mas as mãos que curam também oprimem, alerta a artista e pastora Ventura Profana em um sermão sobre o papel libertador e criativo da religião.
As performances da artista carioca Tadáskía com seus amigos e familiares utilizam objetos do cotidiano para revelar e esconder identidades, ressaltando formas de afeto e comunhão. O sopro de vida dessas fotografias advém de sua insistência na força animadora de transformação e resistência, escreve a curadora Diane Lima.
Nesta entrevista feita pela diretora Paula Sacchetta, a fotógrafa Nair Benedicto repassa mais de 50 anos de carreira, em que acompanhou de perto os principais acontecimentos da história recente do país, e relembra por que vale a pena seguir lutando.
O colombiano Fernell Franco (1942-2006) revela a beleza escultórica das amarrações de lonas em mercados de rua da América Latina. Nessas fotografias contrastadas, a curadora María Iovino enxerga memórias ancestrais de rituais fúnebres, manifestações de comunidades errantes ou em permanente deslocamento. ///
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