Conheça a ZUM #25
Publicado em: 23 de outubro de 2023Na série Influências malignas (2020), o artista Diego Moreno faz intervenções em fotografias do álbum de família para revelar os monstros da sociedade mexicana tradicional. A escritora Cristina Rivera Garza analisa como a obra de Moreno desmistifica a estrutura patriarcal dessas instituições sociais conservadoras.
As colagens da artista Gê Viana na série Hora grande (2020) reimaginam a vida nos quilombos na região de Alcântara, no Maranhão, defendendo os modos de vida originários contra as políticas de extermínio denunciadas pelo curador Dinho Araújo.
Destaque da ZUM #25, o artista Paulo Nazareth abre a edição com a série de fotos Notícias de América (2011-2012), que questionam o valor da imagem de um homem negro e latino na fronteira entre México e Estados Unidos. Na série Etnografia branca (2019-2022), Nazareth recorre a tradições iorubá para afugentar a morte representada pelo colonialismo dos arquivos fotográficos, como explica a professora Janaina Barros Silva Viana.
A artista francesa mais conhecida e prolífica de sua geração, Sophie Calle destrincha 30 anos de carreira em entrevista ao curador Clément Chéroux, e revela como, em sua obra, olhar para os outros se confunde com investigar a si mesma.
Há mais de 15 anos, o fotógrafo Nicolas Gondim documenta as brincadeiras dos papangus, personagens típicos dos festejos de Páscoa em algumas cidades do Ceará. Em conto da escritora Natércia Pontes, as imagens desse bicho-papão mascarado assombram uma mãe que se confronta com a passagem do tempo e o medo da morte.
Em montagens feitas para as páginas da ZUM, o artista Lyle Ashton Harris apresenta Blow Up (2004-2019), série de colagens fotográficas que misturam tempos e materialidades diversas e, como escreve o pesquisador André Pitol, constroem uma iconografia da representação de raça e das possibilidades performáticas da sexualidade masculina.
Na obra da artista Igi Lólá Ayedun, fotografias produzidas por inteligência artificial e pinturas com pigmentos ritualísticos se misturam em montagens que trazem a ancestralidade e as estéticas do pensamento africano para a arte contemporânea na diáspora, como destaca a filósofa Katiúscia Ribeiro.
Nas fotografias de Adriana Lestido, feitas há cerca de 30 anos, Buenos Aires se revela uma metrópole anacrônica, que conjuga vestígios do passado e sonhos de futuro. Inspirada nessas imagens de tempos múltiplos, a escritora Paloma Vidal percorre as ruas e os bairros da capital argentina com a perspectiva de um personagem que só vive no presente.
Do sol ao pixel / David Campany & Penelope Umbrico Da cópia de negativo analógico à imagem digital, a fotografia sempre foi uma tecnologia maleável, que escapa às tentativas de definição e de controle, como argumenta o pesquisador e curador David Campany. Da internet ao mundo da arte, as montagens da artista Penelope Umbrico destacam a natureza fluida da fotografia e seu papel na cultura do consumo hoje. ///
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