Retrospectiva: as melhores matérias de 2017
Publicado em: 27 de dezembro de 2017Para fechar o ano, ZUM apresenta uma retrospectiva das melhores e mais lidas matérias publicadas em 2017. Conheça os 12 textos de maior destaque.
Fotógrafos e jornalistas brasileiros opinam, no site da ZUM, sobre a polêmica fotografia de Burhan Özbilici, que mostra o assassino do embaixador russo na Turquia dando um grito e apontando para o alto, pistola em mãos, logo após disparar contra o diplomata. Foi a Foto do Ano do prêmio World Press Photo e, com a honraria, vieram críticas de que ela ampliaria a voz do terrorismo, mas também a defesa de uma fotografia que um dos jurados chamou de “a cara do ódio”.
Autora destrincha o papel da fotografia e do turismo na construção do homem moderno
A professora Lívia Aquino expõe em livro as implicações históricas da junção de fotografia e turismo, que teve na Kodak seu ponto de ebulição – e que segue repercutindo a cada selfie feita. Leia a resenha do crítico Mauricio Puls.
O inventário antirromântico de Gabriel Mascaro na série Desamar
Resenha da série fotográfica Desamar, do cineasta pernambucano Gabriel Mascaro. Com retratos em que pessoas recortam a imagem do seu “ex-amor”, o artista constrói um inventário antirromântico em torno desse gesto de vingança radical.
O que nos revela a estética da delação premiada?
A artista Giselle Beiguelman e o filósofo Nelson Brissac Peixoto se debruçam sobre as imagens dos depoimentos dos envolvidos na delação premiada da operação Lava Jato e discutem a relação entre o descuido estético das gravações e a banalidade com que a corrupção é tratada.
Revolucionário, Flusser antecipou questões sobre o papel da imagem nos dias de hoje
O ensaísta Cesar Baio comenta a atualidade do pensamento do filósofo tcheco naturalizado brasileiro. “Talvez tenha sido necessário chegar até o estágio atual da sociedade pós-industrial para compreender o alcance do pensamento do filósofo, uma vez que agora é possível delinear com precisão os problemas que surgem quando as máquinas passam da produção de ‘coisas’ (capitalismo industrial) à produção de símbolos (capitalismo informacional).”
Larry Sultan e o avesso da mitologia familiar no fotolivro “Fotos de casa”
O crítico português Humberto Brito escreve sobre o livro Fotos de casa, do americano Larry Sultan, que retrata o cotidiano da vida conjugal de seus pais: “Não o casamento tal como eles desejariam projetar, encarnando imagens de sucesso. Antes, o casamento tal como visto por Larry: estafado, mas solidário, sustentado na amizade, na duração, na compreensão, na monotonia, porventura no mútuo benefício, mas também na saúde, na doença etc.”
A professora e pesquisadora polonesa Joanna Zylinska discute os aspectos filosóficos e artísticos da fotografia diante da atual dinâmica entre produtores e consumidores de imagens, entre os celulares e nós. “A ideia da fotografia não humana diz respeito ao fato de que hoje, na era dos circuitos fechados de TV, imagens de satélite, escaneamento corporal e afins, a fotografia está cada vez mais descolada da interferência e da visão humana.”
A arte brasileira e a crise de representação
O colunista Moacir dos Anjos comenta o estado atual da arte brasileira: “As artes visuais no Brasil têm produzido (salvo evidentes exceções), ao longo de décadas, um tipo de representação em que quase não cabem os indícios das exclusões e das interdições que marcam a dinâmica da sociedade brasileira.”
Arquitetura e identidade: a extravagância neo-andina nas fotografias do nipo-brasileiro Tatewaki Nio
O crítico Guilherme Wisnik escreve sobre o trabalho do fotógrafo nipo-brasileiro Tatewaki Nio, que foi até a cidade de El Alto, no altiplano boliviano, para retratar a extravagante arquitetura de Freddy Mamani e seus salões de eventos. “Nio realiza uma foto que potencializa o seu realismo fantástico, o seu aspecto ao mesmo tempo lúdico e sinistro, que aponta a falta de profundidade das coisas, sua superficialidade agressivamente colorida.”
A crise do fotojornalismo e o caso do falso fotógrafo de guerra Eduardo Martins
Com um perfil inventado, o misterioso Eduardo Martins enganou agências e publicações no mundo todo. Na opinião do fotógrafo Ignácio Aronovich, o caso revela a fragilidade do modelo de negócios da fotografia jornalística e o falso glamour em torno dos profissionais que trabalham na cobertura de grandes conflitos.
Entrevista: o filósofo François Soulages e a estética da fotografia na era digital
O filósofo e pesquisador francês François Soulages, autor do livro Estética da fotografia – perda e permanência, lançado há duas décadas, conversou sobre a fotografia digital, a popularização das selfies, o alcance das “imagens fluidas” e a genealogia das imagens de imagens.
Jonathas de Andrade e Charles Wagley: “Nós, mestiços”
“A questão racial nunca foi falsa no Brasil. Ela contém um processo de invisibilidade, de silenciamento, mal contido nessas coleções de traços, estereótipos, modelos de beleza e de feiura que construíram verdadeiras gramáticas visuais”. A antropóloga Lilia Schwarcz discute o racismo na cultura brasileira ao tratar da obra Eu, mestiço, de Jonathas de Andrade, parte da exposição Corpo a corpo: a disputa das imagens, da fotografia à transmissão ao vivo, em cartaz no IMS Paulista até 31 de dezembro.
Tags: 2017, melhores do ano, retrospectiva, ZUM