Entrevistas

50 anos de Dzi Croquettes em imagens recém-descobertas do fotógrafo Paulo Kawall

Lorena Calábria Publicado em: 6 de outubro de 2022

Dzi Croquettes, de Paulo Kawall, 1973. Coleção de Fotografia Contemporânea / Acervo IMS

Em 1972, no auge da ditadura militar, surgia no Brasil uma trupe de visual extravagante, que unia dança, teatro, música e humor – os Dzi Croquettes. O nome foi inspirado no grupo americano The Crocketts, mas prontamente adaptado ao famoso salgadinho brasileiro. O que começou como uma reunião de amigos logo se profissionalizou com a entrada do coreógrafo americano Lennie Dale. Desde a estreia num cabaré na Lapa, no Rio de Janeiro, o grupo causou um alvoroço no cenário artístico. Do carnaval à Broadway, da androginia à sátira política, os espetáculos entregavam deboche e ousadia – que não passariam incólumes pela censura. Quando Dzi Croquettes chegou a São Paulo, no ano seguinte, um jovem aspirante a repórter fotográfico cruzou seu caminho. A revolução foi registrada por Paulo Vasconcellos, então com 18 anos. 

O acaso fez com que essa sessão de fotos, de 1973, fosse chegasse às mãos de Thyago Nogueira, coordenador da área de fotografia contemporânea do IMS e editor da revista ZUM. Quase cinco décadas depois, cerca de 170 slides foram recuperados e agora pertencem ao acervo do IMS. O fotógrafo, que hoje assina como Paulo Kawall, ficou surpreso ao rever o material depois de tantos anos e considera o registro como “um momento da história do ser humano”. É esse olhar para o indivíduo à frente do espetáculo – seja ele no palco ou na vida cotidiana – , que vai permear toda a sua trajetória profissional. Entre seus trabalhos de maior destaque, estão a série BUIO – Brasileiro, Urbano Independente, Otimista, realizada em viagem pelo Nordeste e exposta no Masp, em 1977, com direito a foto no livro A História da Fotografia no Brasil, editado por Pietro Maria Bardi. Como retratista, Paulo trabalhou por mais de 20 anos para gravadoras e revistas, fotografando músicos dos mais variados gêneros, de Elis Regina a duplas sertanejas.

A seguir, Paulo Kawall conversa com a jornalista Lorena Calabria e conta detalhes sobre as fotografias recém-descobertas, comenta o caráter libertário dos Dzi Croquettes e reflete sobre a arte de escrever com a luz.

Dzi Croquettes, de Paulo Kawall, 1973. Coleção de Fotografia Contemporânea / Acervo IMS

Em 1973, os Dzi Croquettes estavam no auge da carreira, com espetáculos cada vez mais concorridos. Em que circunstâncias você realizou essa série de fotos?

Paulo Kawall: Era para um trabalho escolar, imagina. Eu fazia um curso técnico de turismo, em São Paulo. Avisei à minha mãe que não iria mais estudar, porque já queria ser fotógrafo. Não tinha terminado nem o colegial naquela época. Desde os 16 anos eu já fazia sessões de fotos na praça, levava as irmãs dos meus amigos e fazia pôsteres colados com cola plástica. Quando eu estava prestes a completar 18 anos, em 1973, entrei para esse curso. Um belo dia, chegou o Pedroca, um colega que já tinha máquina fotográfica. A minha era emprestada. Éramos os únicos que tinham equipamento. Tinha esse trabalho para fazer: fotografar a vida noturna paulistana. E lá fomos nós fotografar os Dzi Croquettes. E com autorização! O Pedroca já tinha assinado o termo de compromisso para fotografar. Tudo relacionado à imagem do grupo era super controlado, os direitos, etc… Eu fui de carona, de assistente do Pedroca. Só que eu fui carregado de filmes. Nem sei como eu consegui, porque na época não tinha grana. Nessa série com os Dzi fiz várias fotos com um tipo de filme, o infravermelho. Eu mandei ver, descarreguei mesmo. Se o Pedroca fez um filme, eu fiz dez. Foi uma malandragem minha.

Você tirou todas as fotos de uma vez ou foram feitas em dias diferentes? E por que escolheu o filme infravermelho?

PK: As fotos foram feitas em mais de uma sessão. Depois do primeiro dia, eu voltei sozinho, sem o Pedroca. Usei basicamente infravermelho, um tipo de filme que a Cláudia Andujar usava. Eu fui assistente dela no curso de fotografia no Masp. Foi com filme infravermelho que ela fotografou a Amazônia. Eu era pirado no trabalho dela. Ficava sentado na guia, colado na banca de jornal perto da minha casa, esperando o caminhão da Abril trazer a revista Realidade – Amazônia. Sabia o dia e o horário. Tinha uma coleção da revista que dormia do lado da minha cama. Era meu livro de cabeceira.

Dzi Croquettes, de Paulo Kawall, 1973. Coleção de Fotografia Contemporânea / Acervo IMS

Como fez para revelar já que estava sem grana na época? 

PK: Eu revelava no laboratório publicitário do fotógrafo Du Ribeiro Leite. Ele dizia para eu ir no final do dia, lá pelas seis da tarde. Eu entregava o filme dentro de um saquinho de pão, de papel pardo, e voltava para buscar antes das sete. Não podia dormir lá de jeito nenhum. Me ajudou muito, já que não tinha custo nenhum.

Qual câmera você usou para fotografar os Dzi Croquettes? E a luz, como você fez? Teve algum recurso para iluminar?

PK: Foram duas câmeras: uma Pentax 500, que peguei emprestado de um amigo, e uma Nikkormat, que eu já tinha. Não usei nada de luz, pelo amor de Deus! Foi só com a luz do camarim e a do espetáculo. Mas era tudo estudado. Batia uma foto, batia outra logo em seguida, depois, outro filme mais pra frente.

Chegou a ver o espetáculo antes ou foi na intuição?

PK: Nada, fui na intuição mesmo. Eu já tinha ouvido falar muito dos Dzi Croquettes, porque era uma loucura. Ficaram muitos meses em cartaz em São Paulo e lotava todos os dias. Era algo maior do que tudo. As pessoas só falavam disso: ‘você já viu o Dzi Croquettes?’ Praticamente, quem não foi, não entendia nada do ser humano. Ou do futuro do ser humano. O Lennie Dale era um visionário.

Dzi Croquettes, de Paulo Kawall, 1973. Coleção de Fotografia Contemporânea / Acervo IMS

Em várias fotos, a sobreposição de imagens provoca a sensação de movimento, como fragmentos de uma coreografia. Em outras, o registro se assemelha a um ser mitológico, com um emaranhado de braços e pernas. Como você chegou a esse resultado? Alguma experiência prévia em criar efeitos?

PK: Foi tudo feito na hora de bater a foto. Por isso que, na época, o pessoal pirava. Não existia Photoshop. Tem fotos que estão numa tira enorme, são vários pedaços do espetáculo que eu não cortei. E no acervo do IMS ficarão nesse formato. Como eu namorava uma bailarina, assistia muitos espetáculos do corpo de baile. Adorava balé, achava o máximo. Eu já exercitava a sobreposição em fotos, usando o mesmo pedaço de filme. Para não rodar, eu segurava com o queixo o filme, puxava com a mão pra carregar o disparador, apertava embaixo com o dedo para neutralizar o filme. Tinha que fazer uma manobra. Daí batia, por exemplo, 12 fotos no mesmo fotograma. Quando fui fotografar os Dzi Croquettes, já tinha uma certa experiência. Mas lá eu aproveitei pra fazer loucuras. Tem um filme que é praticamente em 360 graus, como uma panorâmica. Então, só depois de revelar o filme é que se via o resultado. Hoje, dá pra fazer no computador.

Dzi Croquettes, de Paulo Kawall, 1973. Coleção de Fotografia Contemporânea / Acervo IMS

Você conseguiu uma grande proximidade com o grupo, flagrando momentos no camarim e no palco. Fica a impressão de que estamos dentro do espetáculo, colados nos integrantes. Onde você se posicionava para ficar quase invisível enquanto tudo acontecia?

PK: Quando você está a fim de fotografar, você tem que ser muito louco. Se você percebe que está atrapalhando a pessoa que está do seu lado ou atrás, você precisa mudar de lugar rapidamente. Era um exercício. Então, eu ia circulando por todos os lugares, do camarim à plateia.

Os Dzi Croquettes não escaparam da censura ferrenha imposta pela ditadura militar e, pressionados, deixaram o Brasil em 1974, rumo à Europa. Você teve chance de mostrar as fotos para o grupo antes da partida?

PK: Eu tirei essas fotos na primeira temporada, no Teatro Treze de Maio, no Bixiga, que era de arena. Tive a chance de mostrar algumas fotos para o Lennie Dale e ele adorou uma que tem sobreposição [foto 1]. É um exercício que eu já tinha feito com o Corpo de Baile do Theatro Municipal. Eu batia várias fotos em cima da mesma chapa, no mesmo filme. Nessa foto, parece que o Lennie Dale está dançando, com um outro movimento um pouco mais acima e, depois, aparece abaixado. E eu não cortei a tira. O Lennie pirou e falou ‘quero essa foto ampliada, porque vou dar para minha amiga Betty Faria’. Eu era tão maluco que resolvi fazer a moldura (risos). Peguei quatro madeiras de eucatex e colei. Não lembro por quanto eu vendi. Quando levei a foto ampliada, o Reinaldo, que trabalhava com o Lennie, achou um absurdo eu não ter assinado nada para fotografar. ‘Como que você vai comprar a foto dele?’ E o Lennie disse: ‘Não interessa, vou comprar para dar para minha amiga. E tem mais: quero que ele apresente as fotos no show de despedida do Brasil’. O Reinaldo teve que aceitar. A primeira coisa que eu exigi foi uma tela gigante, profissional, para exibir os slides.

Foto escolhida por Lennie Dale para presentear a atriz Betty Faria. Dzi Croquettes, de Paulo Kawall, 1973. Coleção de Fotografia Contemporânea / Acervo IMS

Então, você não só apresentou as fotos para o grupo, mas também para a plateia. Como você montou a projeção de slides?

PK: Eles estavam em São Paulo para levantar a grana e ir embora para Europa. Era uma apresentação audiovisual, de 15 minutos, com a música Tubular Bells [do músico inglês Mike Oldfield]. Eu já tinha alguma experiência em fazer projeção de slides, então peguei um copo americano e botei na frente do projetor. À medida que eu girava o copo, as imagens iam passando em movimento. Eu mesmo não acreditava no que estava acontecendo. Com aquela idade, era tudo muito doido, e eu, um molecão, fotografei todos eles. No final da projeção o teatro inteiro bateu palmas. Eu era um intruso na trupe. Chamei meus amigos pra ver. Fiquei até o final da temporada. E aí, nessa altura, eu praticamente fiquei amigo do grupo.

Dzi Croquettes, de Paulo Kawall, 1973. Coleção de Fotografia Contemporânea / Acervo IMS

Em muitas fotos, fica evidente que existia uma relação de intimidade e confiança. Alguns integrantes estão olhando diretamente para a câmera. Qual era a sua intenção inicial? E como você enxergava o grupo?

PK: Acho que eu consegui, através da fotografia, que é a escrita da luz, expressar o que eles eram. Para isso, tentei me envolver ao máximo. Depois do primeiro dia, já pude entrar no teatro e ninguém me perguntava nada. Fui várias vezes para fotografar camarim e show. Parece que o Lennie é que mandava mesmo. Era ele que criava a dança. E eles dançavam oito horas por dia, senão, não podia fazer parte do grupo. Não dava para ser apenas ator. E o Lennie tinha um corpo que não dava pra acreditar. Ele expressava tudo através do corpo. Tem também muitas fotos da Paulete, no camarim e em cena. Pra mim, era a segunda pessoa que se destacava no espetáculo. Realmente, quando chegava a Paulete, aquele negócio gigantesco, magro… E como dançava!

Como essas fotos ficaram tanto tempo guardadas? E como elas chegaram ao conhecimento do Thyago Nogueira?

PK: Tudo aconteceu misteriosamente. Por uma coincidência absurda, o Thyago Nogueira estava hospedado em uma das casas que eu alugo em Gonçalves (Minas Gerais). Quando fui falar com ele, comentei que tinha esse material dos Dzi Croquettes e ele se interessou. Só que parte do meu arquivo fica em São Paulo, mas acabei encontrando, lá mesmo em Gonçalves, um envelope com algumas fotos. Mas como eu ia mostrar pra ele? Peguei uma caixa de leite, um abajur, abri um aplicativo e fiz um scanner com o celular. Era só pra ter uma ideia. Depois, em São Paulo, fui ao IMS e levei todo o material, mais de 170 fotos, tudo em slides. Numa segunda etapa, fizemos uma reunião com o pessoal da parte técnica. Foi aí que eu vi as fotos em projeção maior, depois de quase 50 anos.

Qual foi sua reação ao se deparar com as fotos? Que memórias foram reativadas?

PK: Eu mesmo me espantei. Não lembrava de muita coisa. Um tempo depois de ter tirado essas fotos, eu viajei pelo Nordeste, fotografando em várias cidades. Em São Luís do Maranhão, apresentei o audiovisual de 15 minutos dos Dzi Croquettes. Isso foi em 1975. A sociedade maranhense pirou. Imagina só, naquela época, era quase surreal. Na verdade, eu só me lembrava bem de duas fotos: aquela que o Lennie deu pra Betty Faria. E uma do Lennie, do rosto em close. De resto, nada, nada. Quando vi essas fotos, eu caí pra trás. Elas estão deterioradas, tudo comido pelo tempo, mas eu acho isso lindo. Foram anos para chegar a esse ponto.

Dzi Croquettes, de Paulo Kawall, 1973. Coleção de Fotografia Contemporânea / Acervo IMS

E onde elas estavam guardadas? Tinha algum tipo de proteção?

PK: Não, elas estavam em caixinhas sem proteção nenhuma, com as tiras nos plásticos. São quase 50 anos. Não dá pra entender. Talvez, se eu tivesse guardado da forma mais correta, estaria tudo estragado. Como eu guardei de qualquer jeito numa caixinha de papelão, isso pode ter retido a umidade. E tem ainda esses efeitos que parecem purpurina. São pequenos pontos, resultado da ação do tempo.

Olhando para as fotos hoje, o que te chama mais atenção?

PK: Para mim, é Lennie Dale o tempo inteiro. Não tem como separar. Ele é o Dzi Croquettes. Claro que tem uma trupe, toda uma história, um espetáculo. Tem uma foto que só fui descobrir agora, que parece que o corpo dele pega fogo! Eu mesmo fiquei impressionado. Tinha uma ingenuidade quando eu fotografei. Eu ia para ver o balé. Nem lembro do texto. Queria ver aquele povo dançando. Você saia tremendo de lá. E virou moda fazer aula de jazz. Tem uma outra foto, com Lennie, Ciro e Rogério, que eu captei bem a expressão quando faziam essa dança.

Dzi Croquettes, de Paulo Kawall, 1973. Coleção de Fotografia Contemporânea / Acervo IMS

Quando as fotos foram feitas, em 1973, a repressão promovida pelo regime ditatorial acabou cerceando a liberdade de muitos artistas, que reagiram com atitudes transgressoras, tanto artísticas como comportamentais. Dzi Croquettes, por exemplo, já abordavam temas como o casamento homoafetivo, a identidade de gênero… Você, aos 18 anos, tinha algum posicionamento político? Via o espetáculo do grupo como algo libertário?

PK: Na época, eu não pensava nisso. Era tudo uma festa! E só a fotografia me interessava, o espetáculo visual é que me atraiu. Eu via tudo com muita naturalidade. Depois, virou uma questão. Antes, a gente vivia tudo junto, bagunçado e tudo bem. Os Dzi falavam de relacionamento homem com homem. Você podia até ver uma sacanagem no espetáculo, mas falava antes de tudo em amor, e isso era muito forte.

Essa convivência com os Dzi Croquettes influenciou, de alguma forma, seus trabalhos posteriores?

PK: Pra mim, nunca encarei uma exposição de fotografias de uma forma careta. Fiz alguns eventos no Masp e no Rio de Janeiro em que misturava foto com música e dança. Depois, quando passei a fotografar músicos, eu entrava no camarim como se tivesse tomado uma pílula para sumir. Ficava invisível, como fiz com os Dzi. Eram fotos para divulgação, trabalhei mais de 20 anos para gravadoras, são mais de 500 artistas. Pra mim, retrato é o seguinte: você consegue parar o ser humano em uma fração de 125 avos de segundo. Talvez no 126 a pessoa não seja mais ela. Ou antes, também não. Tem que ser preciso. No balé, você também tem que pegar o momento exato da expressão. Na verdade, minha intenção sempre foi me tornar um repórter fotográfico, não queria ser retratista, nem fotógrafo de gravadora. Eu queria que a Claudia Andujar me chamasse para ser repórter dela. Consegui uma bolsa de estudo do curso que ela dava no Masp e me tornei seu assistente. Como já trabalhava em laboratório fotográfico, no centro de São Paulo, ela confiou em mim para preparar os químicos e cuidar dos ampliadores. O laboratório era gigantesco e ficava onde hoje é o restaurante do museu.

Quando começou sua paixão pela fotografia?

PK: Foi na minha primeira viagem à Pelotas, para visitar a família do meu pai. Tinha 12 anos e minha mãe me deu uma máquina fotográfica. Já gostei. Depois, soube na escola que existia o Foto Cine Clube Bandeirantes e fui lá fazer o curso. Era à noite, e eu cheguei lá, uma criança no meio de um monte de adultos, com Hasselblads e Leicas. Aí comecei a revelar em casa, no meu quarto, e o filme secava no banheiro. Cortava as tiras e, com vidro na escrivaninha, apagava toda a luz para revelar o contato. Fiquei enlouquecido com a descoberta de ver a foto aparecer. Trabalhei em laboratório especializado em fotos de casamento. Cartier Bresson falava que para você se tornar um bom fotógrafo, tem que ser um laboratorista. Tomei isso como uma obrigação. E minha mãe me ensinou muito. Ela dizia: ‘Paulo, antes de fotografar, você enquadra’. Eu, moleque, já aprendi como isso é importante.  Com 20 anos, eu fui viajar sozinho pelo Nordeste levando um monte de filme rebobinado. E aí não parei mais.

Hoje, você se reconhece nessas fotos? Quem era o Paulo em 1973? E como ele encara a fotografia atualmente?

PK: Lembro bem dele: era um Paulo muito louco, era o ‘Paulóki’. Até hoje vivo bem com a minha loucura (risos). Continuo com meu trabalho autoral, como a última série que fiz, em 2015, em Israel. E estou desenvolvendo um trabalho como se fosse uma fotografia em 3D. Primeiro, faço uma instalação para depois fotografá-la. Quando fotografei os Dzi tinha 18 anos e foi o meu primeiro trabalho. Imagina só: era para o curso técnico de turismo. Podia bater três fotos, colar no papel e entregar. Mas não, eu fiz o espetáculo dos Dzi Croquettes, que agora foi descoberto. Me chamam, às vezes, de visionário, mas esse registro que entrou para a história foi pura intuição. ///

Lorena Calabria é jornalista cultural e autora do livro Chico Science & Nação Zumbi – Da Lama ao Caos

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