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Recomendações ZUM: orgulho LGBTQIA+, autorretratos negros, arte pós pandemia, Vladimir Herzog e mais

Publicado em: 30 de junho de 2020

Black pride, de Kennedi Carter

My Queer Blackness, My Black Queerness é o nome do projeto online que celebra a identidade queer negra e conta “histórias de pessoas trans e não-binárias de todo o mundo”. O site apresenta um diário, uma loja online para venda de fotografias de artistas negros não-binários e exibições semanais de três filmes do artista Marlon Riggs.

O British Journal of Photography resenha o livro Lived Experience: Reflections on LGBTQ Life, da fotógrafa Delphine Diallo, que retrata uma geração de ativistas, hoje com mais de 50 anos, que sofreram com a rejeição familiar, a violência em público e perderam entes queridos nos primeiros anos da epidemia da AIDS.

 

Frame do filme Salacia, de Tourmaline, 2018

Por conta das celebrações do orgulho LGBTQIA+ no mês de junho, o MoMA de Nova York lançou online o filme Salacia, escrito, dirigido e produzido pela artista Tourmaline. O curta conta a história de Mary Jones, uma mulher negra trans nascida em 1803, que teve que se prostituir e levar uma vida fora-da-lei. Salacia mostra sua vida dentro de um sistema transfóbico e racista, e o poder que ela encontra dentro de si apesar da perseguição. Em cartaz até dia 08 de julho na plataforma do MoMA.

 

A fotógrafa Dana Scruggs em casa. Seu autorretrato faz parte da coleção Sources of Self-Regard: Self-Portraits From Black Photographers Reflecting on America. Crédito: Dana Scruggs para o The New York Times

Um grupo de 27 fotógrafos negros (homens, mulheres e não-binários) foi convidado a produzir autorretratos que reflitam e apresentem uma perspectiva íntima e também social de suas vidas. O resultado é o projeto Sources of self-regard: Self-portraits from black photographers reflecting on America, que discute temas como a pandemia da covid-19, as manifestações e protestos do movimento Black Lives Matter e suas próprias subjetividades como cidadãos negros durante esse período.

O Hirshhorn Artist Diaries, museu voltado à arte contemporânea e localizado em Washington, pediu a mais de 100 artistas contemporâneos que contribuíssem com suas vozes para um registro histórico de respostas à pandemia mundial. Este arquivo vivo, lançado como uma série de vídeos curtos, ao estilo diário, se tornará parte do registro do Hirshhorn dos efeitos da pandemia global sobre os artistas, suas práticas artísticas e suas opiniões sobre o mundo.

 

Frame do video Alexander Kluge Werewolves Playoffs, de Satoshi Fujiwara, 2020

Com curadoria de Luigi Alberto Cippini e Niccolò Gravina, o projeto Finite Rants é uma série de oito ensaios visuais encomendados pela Fundação Prada a cineastas, artistas, intelectuais e estudiosos. Os autores de Finite Rants foram convidados a se confrontarem com o modelo radical de experimentação cinematográfica realizado por Chris Marker no seu clássico La Jetée (1962), uma história fragmentada constituída por uma sequência de fotografias.

O Instituto Vladimir Herzog lança a versão online do acervo fotográfico do jornalista morto nos porões da ditadura: “É também um gesto simbólico de enfrentamento ao revisionismo histórico e de negação dos horrores promovidos pela ditadura militar no Brasil”, comenta o jornal El País, que fez uma seleção das imagens.

 

Captura de tela do projeto Inventário Iconoclasta da Insurreição Chilena, de Celeste Rojas Mugica, 2020

Em texto publicado no site da revista espanhola LUR, a professora chilena Mane Adaro comenta Inventário Iconoclasta da Insurreição Chilena, trabalho realizado pela artista Celeste Rojas Mugica que reúne fotografias de estátuas realizadas durante os protestos de outubro de 2019 em Santiago. “Em tempos de descontinuidade, o arquivo propõe campos de fuga, surpresas para encontrar, narrações e conexões de tempos e memórias díspares,” comenta Adaro.

Em entrevista para a revista Gama, Jochen Volz, diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo, fala sobre o futuro das artes: “A arte que emergirá deste momento obscuro talvez tenha uma cara bem diferente da que conhecemos hoje. Pode ser uma arte que falará sobre este período de crise e que se desenvolverá de forma mais local, mais coletiva e mais compartilhada.” ///

 

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Leia também no #IMSquarentena uma seleção de ensaios do acervo das revistas ZUM e serrote, colaborações inéditas e uma seleção de textos que ajudem a refletir sobre o mundo em tempos de pandemia.

 

 

 

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