William Eggleston – a cor americana

Último mês para ver “William Eggleston, a cor americana” no IMS-RJ: conheça a exposição

Publicado em: 28 de maio de 2015

Para quem ainda não visitou e para quem quer rever, falta apenas um mês para o fim da mostra William Eggleston, a cor americana, em cartaz no Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro (até 28 de junho). Esta é a maior exposição individual do fotógrafo norte-americano já realizada no mundo.

Com curadoria de Thyago Nogueira, editor da revista ZUM e coordenador de fotografia contemporânea do IMS, a mostra reúne 172 obras das décadas de 1960 e 1970, considerados os anos de ouro do fotógrafo, incluindo as imagens mais famosas e outras pouco conhecidas do período.

Desde a abertura, publicamos uma série de imagens, vídeos e textos especiais relacionados à exposição, reunidos na lista a seguir. William Eggleston, a cor americana pode ser visitada de terça a domingo, das 11h às 20h. Entrada franca.

 

Greenwood, Mississippi, 1973 © Eggleston Artistic Trust. Cortesia de Cheim & Read, Nova York. O teto vermelho
O filósofo e curador Nelson Brissac Peixoto discute de onde vêm as cores nas fotografias de William Eggleston: Diz Eggleston que o vermelho é a cor mais difícil de se trabalhar, que fazer uma fotografia de uma superfície inteiramente vermelha foi seu maior desafio, pois só se via algo assim em painéis gráficos publicitários. Eggleston é o fotógrafo do vermelho. O vermelho é o paradigma da saturação. Aqui a cor é constitutiva da matéria.
foto Walter Carvalho homenagem Eggleston Homenagem a William Eggleston
O fotógrafo Walter Carvalho homenageia William Eggleston em foto (ao lado) e texto: Para David Hockney, “ninguém olha para uma foto por mais de trinta segundos a menos que, entre mil rostos, esteja procurando o de sua mãe”. Nas fotografias de William Eggleston é possível ao observador fazer uma varredura por trinta segundos e ser atraído para seu interior com interesse, não só pela simplicidade do seu registro, mas pelo que vai além da superfície das coisas e penetra no interior dos objetos.
Da série Los Alamos, 1965-1974 © Eggleston Artistic Trust. Cortesia de Cheim & Read, Nova York. De olhos fechados
Em texto publicado no catálogo da exposição, o escritor David Byrne, conhecido por ter integrado a banda Talking Heads, fala do pioneirismo do amigo fotógrafo: No começo, eu não conseguia entender o que ele estava fazendo. Seu enquadramento às vezes era tão incorreto! Era muito diferente da maior parte da fotografia “artística” que se via nas exposições em Nova York. Agora essa postura é visível em todos os meios expressivos, desde a fotografia de moda até o jeitão de certas séries da tv.
Memphis, 1971 © Eggleston Artistic Trust. Cortesia de Cheim & Read, Nova York. Um quebra-cabeças extraordinário
O curador da exposição, Thyago Nogueira, faz um panorama da vida e da obra do fotógrafo americano: De forma geral, Eggleston − que entre amigos é chamado de Bill − se manteve distante dos grandes centros da arte. Nas últimas entrevistas que concedeu, foi tão monossilábico quanto são suas fotografias. Ele evita falar do trabalho e não se importa muito com o que dizem sobre ele. Para Eggleston, palavras e imagens são duas linguagens distintas.
eggleston01 O inventor da fotografia em cores
Em matéria publicada na revista ZUM # 2, o professor Thomas Weski fala das fotografias da série Chromes, de William Eggleston: Quando, em 1976, William Eggleston expôs suas fotografias coloridas no MoMA-NY, a fotografia em cores libertou-se da acusação de ilegitimidade artística feita pelo fotógrafo Walker Evans. Até então, vigorava a ideia de que o uso da cor se justificava na publicidade e no fotojornalismo, mas era inapropriado para qualquer manifestação artística.
Fotos da montagem da exposição “William Eggleston, a cor americana”

 

Na véspera da abertura, William Eggleston conversou com Thyago Nogueira, curador da exposição, sobre as fotografias que compõem a mostra e o catálogo. O fotógrafo conta quem são algumas das pessoas retratadas – entre elas sua avó, um de seus filhos e uma moça que ele não chegou a conhecer – e as lembranças das viagens que fez pelas paisagens do sul dos Estados Unidos. Veja abaixo:

 

 

Como parte da série do Instituto Moreira Salles “Conversas na galeria”, na qual intelectuais e críticos discutem obras no próprio local expositivo, o filósofo Nelson Brissac Peixoto analisou o trabalho de William Eggleston como decisivo na construção do imaginário do sul dos Estados Unidos. Veja abaixo:

 



 

Livro: William Eggleston, a cor americana

Livro-catálogo com fotografias e textos inéditos de David Byrne, de Geoff Dyer, do crítico de arte Richard Woodward e do curador Thyago Nogueira, além da primeira tradução para o português do texto de John Szarkowski, publicado no catálogo ‘William Eggleston´s Guide’, de 1976.