Revista ZUM 26

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Publicado em: 26 de abril de 2024



Nesta série de retratos de fotógrafos lambe-lambe do centro de Cusco, no Peru, a artista Milagros de la Torre intervém na superfície dos negativos para sublinhar a relação entre a fotografia popular e a discriminação racial, como destaca a curadora Natalia Majluf: “Com Sob o sol negro, o fotógrafo desapareceu da foto; desapareceram também seus equipamentos precários e suas cortinas puídas. O que restou foi a fotografia em si, o papel e as imagens”.

Em filmes e videoinstalações que investigam as sensorialidades e as memórias ancestrais, a artista Zahy Tentehar defende as identidades dos povos originários como ferramenta de encantamento e resistência. Para a jornalista Renata Tupinambá, Tentehar “amadurece múltiplos universos de sentidos e questiona a ‘civilização’ que foi incapaz de respeitar outras formas de existência dos povos originários”.

Entrelaçando prática artística e vida espiritual, o artista e ogã Ayrson Heráclito se inspira no candomblé baiano e na cosmologia iorubá para aproximar o real e o mítico em fotografias, vídeos e instalações. “A descolonização do conhecimento representada em seu trabalho vai além de um mero discurso retórico; é uma prática efetiva de resgate e valorização de outros critérios estéticos, de outras epistemologias e cosmologias”, analisa a curadora Amanda Bonan.

Em livro inédito no Brasil, a ganhadora do Prêmio Nobel de literatura, Annie Ernaux e o parceiro Marc Marie fotografaram os rastros de seus encontros amorosos no livro O uso da foto (2006). A partir das imagens, os dois refletem nestes diários sobre a intimidade, a guerra, o câncer enfrentado por Ernaux e a capacidade da fotografia de reter o tempo.

As mulheres eternizadas em momentos de lazer e liberdade pelas lentes de Rosa Gauditano, na série Ferro’s Bar, contam uma história de beleza e de coragem que, segundo a jornalista Milly Lacombe, reflete as lutas contemporâneas contra a opressão.

Nos autorretratos da artista María Magdalena Campos-Pons, a fragmentação do corpo alude à construção da identidade afrodiaspórica e à experiência da mulher negra latina. Para a escritora Odette Casamayor-Cisneros, a obra da cubana traz “a sobrevivência de nossos ancestrais em nosso interior”.

Nas colagens de O álbum, parte do projeto Caça e coleta (2014), o artista Sammy Baloji se apropria do álbum de fotografias de um major do exército do Congo Belga para conectar as práticas de documentação fotográfica, de predação colonial e de exploração contemporânea da paisagem congolesa. A professora Sandrine Colard analisa como a obra de Baloji “questiona não apenas a exploração contínua dos recursos locais, mas também o aparato fotográfico que a acompanha até hoje”.

Em obras que combinam instalação, vídeo e fotografia, a artista Lotty Rosenfeld (1943-2020) proporciona experiências físicas e sensoriais que levam a questionar nossa relação com os espaços de poder e com a história”, escreve a curadora Alexia Tala, 50 anos depois golpe militar no Chile.

O pintor Luiz Zerbini compartilha seu processo de trabalho em fotografias, rascunhos de projetos e textos autorais acumulados ao longo de sua carreira.

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