Revista ZUM 15

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Publicado em: 2 de outubro de 2018

Nesse trabalho do paraense Éder Oliveira, o artista pinta retratos de jovens com base em fotografias das páginas policiais de periódicos locais. O sensacionalismo reproduz preconceito racial e de classe sofrido por homens pobres e miscigenados.

 

Em sua conta no Instagram, a renomada artista Cindy Sherman explora os limites da identidade e da representação de si mesma. Para o crítico Daniel Rubinstein, a noção de um indivíduo autônomo é incompatível com o desenvolvimento de novas mídias e com a cultura da selfie.

Em entrevista inédita e exclusiva, a fotógrafa norte-americana Susan Meiselas, membro da renomada agência Magnum desde 1976, fala da carreira, dos trabalhos realizados em conflitos na Nicarágua no final dos anos 1970, da experiência de fotografar no Brasil e do que significa ser mulher em situações de risco e violência.

Em matéria sobre Mike Disfarmer (1884-1959), os colecionadores Michael P. Mattis e Judy Hochberg contam como a descoberta desse fotógrafo ermitão, que influenciaria a produção de nomes como Richard Avedon, desencadeou uma corrida por álbuns de família na pequena cidade de Heber Springs, Arkansas.

Em depoimento, Lieko Shiga relata como foi se mudar para a pequena Kitakama, no Japão, tornar-se fotógrafa oficial dessa comunidade e, três anos depois, sobreviver ao tsunâmi que devastou a região. Numa associação original entre texto e imagens, Shiga reproduz o caráter transcendente dessa experiência, no qual o ato de fotografar se revela como uma forma de encarar a morte.

O enfrentamento do racismo está presente no ensaio sobre o sul-africano David Goldblatt, falecido recentemente, no qual o curador Rodrigo Moura destaca o esforço do fotógrafo de, depois de ter sua casa invadida, retratar com dignidade ex-detentos nos locais dos crimes que cometeram, e também outros importantes trabalhos na África do Sul pré e pós apartheid.

A ditadura brasileira é tema da artista Ana Vitória Mussi na série Barreiras (1972), em que pinta de preto parte das imagens de partidas de futebol, em alusão a esse período de censura e ufanismo.

Relançado no ano passado, o livro Dormindo à beira do Mississippi [Sleeping by the Mississippi, 2004], do norte-americano Alec Soth, é resenhado pelo crítico português Humberto Brito, que destaca de que modo Soth se insere e destoa da tradição fotográfica americana.

Há 50 anos, dividido no papel de fotógrafo e manifestante, o carioca José Inacio Parente registrou a Passeata dos Cem Mil, momento de resistência e de esperança que antecedeu os anos mais cruéis da ditadura militar. As imagens de Parente são acompanhadas do poema “Foto da multidão” (1970), da polonesa Wislawa Szymborska, vencedora do Prêmio Nobel, que encarna o mesmo espírito da época.///

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