Revista ZUM 13

Conheça a ZUM #13

Publicado em: 26 de outubro de 2017

Nesta edição, a fotografia se apresenta em diálogo direto com os corpos e as cidades, como ato de criação e resistência. Veja a seguir o sumário visual da ZUM #13:

 

 

O fotógrafo e perito imobiliário Marcos Freire visitou sistematicamente por vários anos moradias na região metropolitana de São Paulo e documentou de forma simples e direta o interior destas casas. O ensaio escrito pelo jornalista Cassiano Elek Machado destaca que as “fotografias não são marcadas pela ironia, não parecem querer se refestelar nos excessos decorativos, enfatizar precariedades, lançar um raio estetizante ou romantizar a nobreza do lar paulistano”.

 

 

A fotógrafa chilena Paz Errázuriz fotografou a rotina de travestis em bordéis clandestinos de Santiago e Talca, no Chile, entre 1983 e 1987, ainda sob a ditadura de Augusto Pinochet. “Os bordéis eram lugares vetados e combatidos pelos golpistas. Mas Errázuriz decidira ignorar a proibição. O que os repressores chamavam de minorias era, a seu ver, a maioria plena”, escreve a jornalista Rosane Pavam sobre a fotógrafa.

 

Os retratos africanos de Viviane Sassen, reunidos nas séries Flamboya (2008) e Parasomnia (2011), são políticos, antes mesmo de serem pessoais. Para Djaimilia Pereira de Almeida, escritora angolana e autora do ensaio, isso acontece porque “se as imagens de Sassen nos provocam, e eventualmente nos repugnam, é porque deixámos de ser capazes de admitir o corpo negro como um corpo humano muito antes de as termos visto”.

 

O artigo da jornalista Dorrit Harazim compara as visões dos fotógrafos Ansel Adams e Dorothea Lange diante do decreto que confinou nipo-americanos em campos de concentração nos Estados Unidos. Assinado pelo presidente Franklin D. Roosevelt em 19 de fevereiro de 1942, o ato autorizava o internamento durante a Segunda Guerra Mundial de uma parcela da população cuja lealdade ao país fora colocada sob suspeita.

 

O filósofo e historiador da arte francês Georges Didi-Huberman conversa com o artista Arno Gisinger sobre as contribuições teóricas, práticas e metodológicas da fotografia em sua obra, e revela ainda ser fotógrafo bissexto. “Uma imagem fotográfica nunca é isto ou aquilo: ela é apenas o que se quer fazer dela, seja do ponto de vista do produtor, seja do ponto de vista do espectador”.

 

O artista argentino León Ferrari (1920-2013) justapõe cenas cristãs, pinturas eróticas chinesas e fotografias do século 20 nas fotomontagens provocativas de Releitura da Bíblia. A força iconoclasta e política desses trabalhos levou o arcebispo Jorge Mario Bergoglio – o atual papa Francisco – a exigir o fechamento da exposição realizada na Argentina, em 2004.

 

O pesquisador escocês Duncan Forbes escreve sobre a instalação Circulação: data, lugar, eventos, do fotógrafo japonês Takuma Nakahira, concebida para a Bienal de Paris de 1971. “Nakahira queria, acima de tudo, derrubar os preceitos modernistas de expressividade ou de simbolismo na fotografia, banindo o legado de Robert Frank ou de Henri Cartier-Bresson para abrir a obra de arte à colaboração de outras pessoas”.

 

ZUM publica o ensaio histórico de Takuma Nakahira (1938-2015) sobre as fotos de William Klein em Nova York. Publicado em 1967 e ainda inédito no Brasil, o texto sai agora com tradução direta do japonês. “O olhar de Klein em Nova York não é mais algo estático; é um olhar que se move de maneira contínua e irrestrita e se apoia em incontáveis pontos de vista”.

 

No início do século 20, o criminologista francês Alphonse Bertillon foi responsável por criar um sistema de fotografia métrica para identificação criminal, adotado pela Delegacia de Polícia de Paris. Seu trabalho tornou-se uma dos principais métodos de investigação criminal do século 20, assentando as bases da atual polícia científica. “No início do século 20, os avanços da psicologia põem em dúvida a confiabilidade da prova testemunhal. Os novos métodos de investigação buscam a objetividade, envolvendo a fotografia e apoiando-se em mensurações, cálculos e representações gráficas”.

 

O edifício Holiday foi inaugurado em 1959, a uma quadra da praia de Boa Viagem, um dos bairros mais caros do Recife. Quase 60 anos depois, o cineasta Walter Carvalho mostra um prédio decadente, que resiste na maneira improvisada com que os cerca de 3 mil moradores driblam infiltrações, calor e lixo. A convite da ZUM, José Luiz Passos escreveu o conto Doroti, ampliando a galeria de personagens – ambulantes, desempregados, prostitutas, pastores, aposentados – que dá vida ao Holiday.

 

 

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