Recomendações ZUM: Lee Miller, Mohamed Bourouissa, An-My Lê e mais
Publicado em: 12 de junho de 2025
A revista Musée publicou um perfil da artista norte-americana Lee Miller: “Poucos fotógrafos personificaram de forma tão totalizante a definição de Nietzsche da vida como obra de arte. Como? Miller nunca teve medo de dançar pela vida, explorando todos os talentos que possuía, transitando (de uma forma bastante contemporânea) da carreira de modelo para a fotografia do cotidiano, para o registro de histórias de moda e para o embarque em um voo rumo à frente de batalha.”

Por ocasião de sua exposição Comunidades. Projetos 2005-2025, em cartaz na Fundação Mast, em Bolonha (Itália), o Giornale Dell’Arte entrevistou o fotógrafo franco-argelino Mohamed Bourouissa. “Vindo de uma família sem formação artística, meu primeiro contato com a arte foi através de quadrinhos, ‘tirinhas’ e, posteriormente, grafite. Por isso, não faço distinção entre arte menor e arte maior, mas acredito que haja uma interdependência entre esses gêneros. O termo subcultura implica uma hierarquia. Tento simplesmente descrever o que me cerca, o que, de fato, faz parte da minha cultura.”
O site C4 Journal resenha o fotolivro Apolis, do artista iraniano Arash Fayez. O livro documenta a vida de Fayez de 2014 a 2018, quando, após obter uma bolsa de mestrado em Belas Artes no California College of Arts, em São Francisco, se viu em uma zona cinzenta civil que seu advogado de imigração descreveu como: “não ilegal, mas (…) também não legal”. Nesse estado de precariedade, Fayez vivia entre mundos, navegando em um sistema que tanto definia quanto negava sua presença.
“Apolis reúne o dossiê completo de imigração de Fayez nos EUA — desde sua prisão pelas autoridades policiais até sua eventual saída voluntária do país — com documentação detalhada de sua vida cotidiana.”
Ensaio do escritor Ocean Vuong publicado pela revista Aperture investiga o trabalho da fotógrafa vietnamita An-My Lê. Na visão da revista, suas imagens exploram a complexa história do Vietnã e o impacto da guerra nas pessoas e nas paisagens, mesclando quietude e movimento, capturando a vida de pessoas comuns em meio às cicatrizes do conflito.
“Lê explora a capacidade de detalhamento da câmera, criando quadros que, como ela mesma menciona em entrevistas, devem ser ‘lidos’ tanto quanto vistos. A ideia de a fotografia oferecer descrição narrativa é adequada, considerando a função historicamente probatória da fotografia, mas, como a maioria das ‘evidências’, o significado é estabelecido pela composição e pelo contexto.”
O site da revista Der Greif entrevista o artista porto riquenho Ramón Miranda Beltrán, vencedor da bolsa de estudos Guest Room, projeto de residência realizado pela instituição. Seu trabalho Walk away to save your face (Afaste-se para salvar a sua cara) dialoga criticamente com histórias coloniais, violência política e memória coletiva. Essa série justapõe retratos de arquivo de presidentes dos EUA – desde a invasão de Porto Rico pelos EUA em 1898 – com fotografias de paisagens naturais e da fauna da ilha, extraídas dos arquivos da Biblioteca do Congresso.
A revista digital Welcome.jpeg publicou um artigo sobre a tendência de retorno à uma estética virtual retrô demonstra uma nostalgia crescente por gráficos de baixa resolução e formas digitais mais simples. Artistas e designers estão incorporando esses estilos datados em seus trabalhos, sinalizando um distanciamento do hiper-realismo, destacando o desejo de conexão emocional em detrimento da perfeição técnica nas imagens visuais.
“É fácil dizer que não há nada de único nessa rejeição – a exaustão é uma resposta normal a qualquer estética dominante. Mas o retorno à estética virtual retrô é diferente da obsolescência cíclica. O hiper-real é mais do que um estilo ou uma tendência – é um paradigma tecnológico fundado em uma suposição sobre o que as pessoas desejam das imagens. E se essa suposição estiver errada?”
No artigo O horror de um leitor quieto, escrito para revista digital espanhola Lur, o artista visual, editor e educador argentino Martín Bollati reflete sobre o que significa fazer e ler livros construídos a partir de fotografias e texto, com base em estudos de caso vinculados a processos editoriais dos quais participou ou a títulos publicados por sua editora, a SED Editorial.
“Gosto de pensar em imagens fotográficas como quartos: vê-las é como entrar no quarto de outra pessoa pela primeira vez. Ao entrar naquele espaço novo e íntimo, você busca urgentemente detalhes: imagens nas paredes, a ordem, a maneira como a cama está arrumada.” ///