Recomendações ZUM: Claudia Andujar, Janet Malcolm, Hito Steyerl, Marilene Felinto, Richard Avedon e mais
Publicado em: 27 de abril de 2023A revista Aperture publicou um ensaio sobre o livro Still Pictures: On Photography and Memory, última obra escrita pela crítica de fotografia e artista Janet Malcolm (1934-2021). “’Os eventos de nossas vidas são como negativos fotográficos. Os poucos que chegam à solução reveladora e se tornam fotografias são o que chamamos de nossas memórias.’ E, no entanto, ‘ocasionalmente … como a própria memória, uma dessas imagens inertes de repente se agita e ganha vida’. Um livro de memórias feito de instantâneos pode ser a única forma à altura da tarefa dessa ‘perversidade da memória’”.
Às vésperas da abertura de uma grande exposição na Galeria Gagosian (Nova York), a obra de Richard Avedon é reverenciada pelo jovem fotógrafo Tyler Mitchell em texto publicado pelo jornal The Financial Times. “As fotografias de Avedon penetraram tão profundamente na consciência cultural que se tornaram impossíveis de ignorar. Um grande artista deixa uma marca indelével em seu meio, e Avedon conseguiu isso. Durante meus tempos de universidade, fui estudante de cinema e TV, mas meu amor pela fotografia me levou a me matricular em um curso sobre como fazer revistas.”
Em entrevista ao site ArtNet, a artista alemã Hito Steyerl fala sobre os motivos pelos quais acha que NFTs e imagens geradas por inteligência artificial são apenas “ferramentas de entrada” para grandes empresas de tecnologia. “É uma grande jogada de relações públicas das grandes corporações. Quanto mais as pessoas falam e ficam obcecadas com isso, mais as corporações lucram. Para mim, essas renderizações – eu as chamo de ‘renderizações estatísticas’ – são os NFTs de 2022, certo?”, comenta a artista.
A escritora Marilene Felinto comenta, em sua coluna na revista Gama, as fotografias da artista Ana Quintella. “O que Ana fez, ao trocar sua posição original de fotógrafa pelo indevido lugar de fotografada, foi criar o não-análogo de si mesma, ao inverso do que faz a fotografia. Ao se trancar entre quatro paredes e dizer ‘deixa-me conduzir’, afirma-se dona de si mesma, e trabalha com a ‘harmonia secreta da desarmonia’, como também diz a escritora de Água Viva: ‘quero não o que está feito, mas o que tortuosamente ainda se faz’”.
Em entrevista ao site PhotoVogue, a fotógrafa Jeanette Spicer questiona a falta de um “olhar” lésbico na fotografia. “Na sua série O que significa estar aqui, Jeanette Spicer engloba fotografias, mídia mista e vídeos para discutir a ausência de um olhar lésbico e a longa história de construções patriarcais que moldam nossas ideias sobre a forma feminina. Spicer captura a intimidade entre mulheres lésbicas, bissexuais e queer em sua comunidade de amantes e amigas. Sua série enfatiza um senso de normalidade e reverência pelo sexo, prazer e espontaneidade, questionando a falta de representação lésbica no meio fotográfico.”
A exposição A luta Yanomami, da fotógrafa Claudia Andujar, e que estava em cartaz no The Shed em Nova York, foi resenhada pela revista Aperture. Para além da documentação, o texto destaca a colaboração da artista com os Yanomami: “A exposição não é mais dedicada ao trabalho e ao ativismo de Andujar, como afirmaram explicitamente as iterações anteriores, mas sim à colaboração de longo prazo de Andujar e do povo Yanomami”.
O site The Art Newspaper publicou um obituário do fotógrafo norte-americano Kwame Brathwaite, importante ativista e um dos criadores do movimento Black is beautiful. O artista, um dos pioneiros em técnicas de iluminação e revelação de fotos que ajudaram a transformar a maneira como pessoas negras eram retratadas, morreu aos 85 anos no início deste mês de abril. O trabalho de Brathwaite tem sido objeto de interesse ressurgente de curadores, historiadores e colecionadores nos últimos anos, e sua primeira grande retrospectiva institucional, organizada pela Fundação Aperture, estreou em 2019 em Los Angeles. ///
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