A partir de descrições de parentes, de semelhanças de família e de recursos analógicos e digitais de manipulação fotográfica, Eustáquio Neves tratou de reconstruir, à sua maneira, o retrato do avô, a quem não conheceu e de quem não há, nos álbuns da família, nenhuma imagem. O projeto aborda a escassez de fotografias de família entre os negros no Brasil. Como resultado, o artista construiu 12 caixas, cada uma contendo uma imagem na tampa e outra no fundo.\\
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Eustáquio Neves (Juatuba, Minas Gerais, 1955) mora e trabalha em Diamantina. Químico de formação e fotógrafo autodidata, recebeu o Prêmio Marc Ferrez de Fotografia da Funarte em 1994 e expôs no 5º Rencontres de la Photographie Africaine, Bamako (2003) e na Bienal de São Paulo-Valência (2007). Seu trabalho, marcado pela manipulação química de negativos e cópias, aborda a identidade e memória dos afrodescendentes no Brasil. ///