Retrospectiva: as melhores matérias de 2018
Publicado em: 27 de dezembro de 2018Para fechar o ano, ZUM apresenta uma retrospectiva das melhores e mais lidas matérias publicadas em 2018. Conheça os 12 textos de maior destaque.
A São Paulo do início do século 20 pelo olhar imigrante do fotógrafo Vincenzo Pastore
O fotógrafo ítalo-brasileiro Vincenzo Pastore, que registrou São Paulo no começo do século passado, tem seu trabalho resenhado pela historiadora Fabiana Beltramim: “Suas imagens surpreendem porque escapam do circuito de produção de fotos encomendadas. Não deram corpo à tradição de álbuns comparativos estruturados em um discurso que contrapunha o velho e o novo, como signos respectivos do colonial preterido frente ao progresso que se edificava, perspectiva comum à visualidade da época, empreendida por fotógrafos como Militão de Azevedo e Aurélio Becherini.”
Entrevista: Philippe Dubois e a elasticidade temporal das imagens contemporâneas
Em entrevista, o professor e pesquisador belga Philippe Dubois comenta as transformações geradas pela tecnologia digital nas teorias da fotografia. “Com as redes sociais, a função mais importante das fotos cotidianas é a circulação, seja no Instagram, seja no Facebook ou em outros aplicativos. ‘Você viu? Estou aqui!’. Já não se trata mais de imagens-memória ou imagens-monumento para serem conservadas, mas de imagens que circulam para desaparecerem tão rapidamente quanto aparecem.”
A fotógrafa francesa Chloé Jafé mudou-se para Tóquio com uma ideia na cabeça: investigar as mulheres da violenta máfia japonesa. Em entrevista, Chloé conta como se tornou próxima das mulheres que fotografou.
O feminino se transfaz: uma nova geração de corpos trans nos retratos de Camila Falcão
A paulistana Camila Falcão retrata uma nova geração de transexuais. Nas palavras da escritora Amara Moira, fotografada para a série, as fotografias revelam “um feminino mais livre de regras e, portanto, também mais imprevisível, surpreendente em boa medida, comportando as muitas corporalidades que nos constituem: negras, indígenas, brancas, gordas, magras, com diversidade funcional, de variadas alturas e idades.”
Raça, classe e distribuição de corpos
O crítico de arte Moacir dos Anjos homenageia a vereadora Marielle Franco ao analisar a posição inferior dos negros nas imagens históricas do acervo da Fundação Joaquim Nabuco, de Recife.
A colunista Giselle Beiguelman escreve sobre o uso crescente dos memes como um instrumento político nas campanhas eleitorais. “Mais que lugar e meio de transmissão de ideias e linguagens, a imagem é o próprio campo das tensões políticas. É na imagem, e não a partir dela, que os embates se projetam socialmente”.
A alta sociedade e o underground paulistano dos anos 90 nas fotografias de Fabiana Figueiredo
Pouco conhecida no Brasil, a fotógrafa mineira Fabiana Figueiredo apresenta seu ensaio A noite, com imagens da alta sociedade e do underground paulistano dos anos 1990, comentado pelo pesquisador Felipe Abreu.
No ensaio sobre o projeto São Paulo, fora de alcance, de Mauro Restiffe, a socióloga Fraya Frehse argumenta que o artista se aproxima e distancia da história da fotografia de rua em São Paulo.
O crítico de arte Jorge Schwartz escreve sobre uma fotografia de Sergio Larrain
A fotografia “Ilha de Chiloé”, do chileno Sergio Larrain, é analisada pelo curador e crítico de arte Jorge Schwartz. “A incompletude dessa foto caminha em dois sentidos: no do corte e no da chamada ao leitor para completá-la. É uma foto decupada, um convite para que o leitor preencha os vazios semânticos: quem são essas crianças?”
Mesclando arquitetura, fotografia e performance, a obra do artista norte-americano Gordon Matta-Clark pode ser vista como uma “negociação constante, que oscila entre integração e expulsão de pessoas, e estabelece o modelo da arquitetura como uma interface entre o humano e a paisagem, entre a esfera privada e a pública”.
Sobre mulheres e fotografia: uma conversa com Nair Benedicto
A fotógrafa Nair Benedicto conversa sobre a carreira e o ativismo.“Fazer política não é defender um partido, é defender um modo de vida, uma forma de ver a mulher, uma forma de ser mulher. Dizem que politizo tudo. Mas não sou eu que politizo, a vida que é politizada.”
O colunista Ronaldo Entler escreve sobre a presença da fotografia na 33ª Bienal de São Paulo
A presença da fotografia na 33ª Bienal de São Paulo é o tema da coluna de Ronaldo Entler. “Para identificar o lugar que a fotografia ocupa [nessa Bienal] é preciso não querer encontrá-la rápido demais. Acima de tudo, é necessário libertar-se da ansiedade de vê-la celebrada como arte, sentimento pouco produtivo que herdamos de uma longa história de tensões entre fotógrafos e artistas”.///
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