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Recomendações ZUM: Sophie Calle, Masahisa Fukase, Annie Ernaux, Boris Mikhailov e mais

Publicado em: 20 de março de 2025

The Sleepers, de Sophie Calle, 1979. (Publicada no site Literary Hub)

O site Literary Hub publicou um ensaio sobre The Sleepers (Os Adormecidos), projeto da artista francesa Sophie Calle realizado em 1979 e agora lançado como livro de artista. Neste projeto, Calle convida uma série de pessoas para dormir em sua cama enquanto ela fotografa a experiência e propõe algumas questões aos convidados. “Enquanto o texto do livro tem um viés quase de relatório sociológico, as fotografias contam uma história íntima. Elas capturam os lençóis amarrotados e as posições contorcidas do sono.”


Lee Cluderay Collage, de David Campany, 2011. (Publicada na newsletter Interpoler)

Em entrevista à fotógrafa e escritora Alice Zoo para sua newsletter Interpoler, o curador e pesquisador David Campany discute os perigos de artistas se conformarem com as demandas do mercado por trabalhos facilmente digeríveis, o que pode levar à perda da individualidade e da verdadeira autoria. “Acho que meu horror em ter que ouvir conselhos superprofissionalizados de pessoas da ‘indústria’ está relacionado à maneira como ‘criativo’ se tornou um substantivo. Como se houvesse pessoas que pudéssemos chamar de ‘criativas’”, comenta Campany.


Frame do filme Ravens, de Mark Gill. (Publicado no site do The Japan Times)

O jornal The Japan Times entrevistou o diretor Mark Gill sobre o seu filme Ravens (Corvos), a cinebiografia do fotógrafo japonês Masahisa Fukase, que estreia neste final de março (ainda no Japão). Fukase é reconhecido mundialmente por suas fotos em preto e branco da cena psicodélica de Shinjuku dos anos 1960, retratos amorosos e obsessivos de sua ex-esposa, Yoko Wanibe, e fotos emocionantes dos corvos em sua cidade natal, Hokkaido.


Imagem do livro Suzana e Louise, de Hervé Guibert. (Publicada no site do Los Angeles Review of Books)

O Los Angeles Review of Books analisa as traduções em inglês dos livros The Use of Photography (O uso da fotografia), de Annie Ernaux e Marc Marie, e Suzanne and Louise (Suzana e Louise), de Hervé Guibert. O texto avalia como essas obras conectam a fotografia a temas como o amor, a mortalidade e a memória. Ernaux e Marie fotografam resquícios de seus momentos íntimos, refletindo sobre a impermanência da vida; enquanto Guibert documenta a vida de suas tias, misturando momentos encenados e espontâneos.


Imagem do slideshow Yesterday’s Sandwich, de Boris Mikhailov, 1960 – 1970, em cartaz na Galeria Maria Goodman. (Publicada no site do The New York Review of Books)

O site The New York Review of Books publicou um ensaio sobre o fotógrafo ucraniano Boris Mikhailov e a exposição retrospectiva Refracted Times (Tempos refratados), em cartaz na Galeria Marian Goodman de Nova York. Ainda em atividade aos 86 anos, Mikhailov tem dedicado sua carreira a revelar o que acontece no cotidiano de seu país natal nas últimas décadas. “Ele não se autodenominava artista — ganhava a vida como fotógrafo técnico — mas em 1971 ele e outros sete fotógrafos com ideias semelhantes estabeleceram um coletivo underground chamado Vremya (Tempo), que mais tarde evoluiu para a Escola de Kharkiv.”


Da série The Classroom, de Hicham Benohoud, cortesia da editora Loose Joints. (Publicada na revista Dazed)

A revista digital Dazed resenha The Classroom (A sala de aula), fotolivro do artista visual marroquino Hicham Benohoud. Misturando fotografia, performance e imagens encenadas, Benohoud revisita o mundo da sala de aula criando um discurso visual sobre políticas de identidade e a intersecção da pedagogia e do corpo. “A sociedade marroquina impôs uma identidade a mim que não se alinhava com minha própria visão de mim mesmo. No meu trabalho, uso metáforas — como o envolvimento de corpos em tecido ou papel — para simbolizar a imobilidade e a sufocação que vêm com essa identidade imposta.”


Esboço feito pelo tradutor de uma fotografia de 1972 do Incidente de Asama Mountain Villa. Esta ilustração pouco fiel de uma imagem (não o que ela representa) é apresentada como uma recusa em reproduzir o funcionamento da “ilusão documental” que Nakahira descreve no ensaio. Esta abordagem é extraída de Ariella Azoulay, que ressalta a necessidade de tais recusas em seu livro Potential History: Unlearning Imperialism, (Verso, 2019).

O site do Asia-Pacific Journal publicou a tradução para o inglês de um ensaio escrito em 1972 pelo fotógrafo e crítico japonês Takuma Nakahira (1938-2015).  The Illusion Called the Documentary: From the Document to the Monument (A ilusão chamada documentário: do documento ao monumento) ilumina uma mudança crucial na compreensão de Nakahira sobre as limitações profundas — bem como o potencial radical — da fotografia. Neste ensaio, Nakahira sugere a necessidade de uma compreensão crítica de como as imagens moldam nossas percepções e a necessidade de desafiar a ilusão de que elas representam a verdade. ///


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