Recomendações ZUM: Carmen Winant, Annie Ernaux, Miranda July, Innuteq Storch e mais
Publicado em: 2 de maio de 2024Em entrevista para a newsletter Interloper, da fotógrafa e escritora Alice Zoo, a artista norte-americana Carmen Winant comenta o seu mais recente trabalho The last safe abortion (O último aborto seguro), em cartaz na Bienal Whitney e que em breve será publicado como fotolivro. “Porque é que o nosso movimento – que já foi chamado pró-escolha, e agora é mais frequentemente chamado de justiça reprodutiva, por uma série de razões – tem sido tão tímido, relutante ou ignorante na sua relação com as fotografias? Que, quando aparecem, muitas vezes estão repletos de narrativas traumáticas”, pergunta Winant.
Matéria da revista Aperture sobre a exposição New society (Nova sociedade) retrospectiva da artista norte-americana Miranda July, em cartaz na Fundação Prada, em Milão. “No início de sua carreira, July acreditou no poder ‘radical’ dos arquivos, como contou na prévia da exposição: ‘Percebi que o que é salvo é lembrado, e o que é lembrado vira história, e a história cria realidade’”.
O site WePresent conta a história por trás dos projetos vencedores do WordPress Photo 2024. Entre eles está o ensaio The Gay Space Agency, de Mackenzie Calle, que “confronta a exclusão de astronautas abertamente queer pelo programa espacial americano. Dividido em duas partes, o projeto multimídia – uma montagem de fotografia, filme, documentação de arquivo, dados e colagem – oferece uma história crítica que traça como a comunidade LGBTQ+ foi marginalizada pela NASA, ao mesmo tempo que imagina um futuro diverso e receptivo no espaço.”
O site American Suburb X publicou uma resenha do fotolivro Necromancer, novo trabalho do fotógrafo groenlandês Inuuteq Storch. “O título é uma indicação clara de que o que Storch está canalizando não é a exuberância da vida, mas sim a comunicação com os mortos. Afinal, a necromancia é um relacionamento com aqueles que vieram antes e com aqueles que deixaram este plano de existência com um canal vivo. Ele enraíza a experiência de alguém em algo maior e, embora seja frequentemente associado a tendências esotéricas/ocultas, acredito que há uma maneira de entender a necromancia como algo adivinhado no mundo natural, em oposição a vozes, batidas na mesa ou qualquer outra construção que sugira uma questão espiritual deixada apenas nas mãos cuja adivinhação pode tornar a grande voz material e audível.”
Fruto de uma intensa pesquisa realizada pela escritora Lou Stoppard sobre a escritora francesa Annie Ernaux e as relações entre a escrita e a fotografia na sua obra, a exposição Exteriores: Annie Ernaux e fotografia está em cartaz na Maison Européene de la photographie, em Paris. “A obra de Ernaux ganha brilho e quietude adicionais quando é lida em painéis na parede. As qualidades paradoxais da sua escrita em Exteriores, o sentido da tragédia atemporal e também a natureza efêmera das cenas captadas tornam-se mais vívidas em contraste com as imagens.”
No site da revista Der Grief, a curadora e pesquisadora Renée Mussai, em conjunto com a artista Belinda Kazeem-Kamiński, apresentam o resultado de uma chamada aberta para artistas ao redor do mundo com o tema Response-ability — Touch/Change — Otherwise (Responsa-bilidade – Toque/Mudança – Outra forma). “Seguindo as sugestões da potente expressão ‘capacidade de resposta’ de Toni Morrison e das ideias generativas de transformação de Octavia E. Butler, convidamos os artistas a considerar noções de mudança – química, social, emocional, pessoal, política, econômica, sexual, cultural, física e outras formas.”
No site SA Creative, destaque para a o trabalho da artista sul-africana Dimakatso Mathopa. “A arte de Dimakatso subverte o olhar colonial ao enfatizar a presença e a importância dos sujeitos negros nos espaços, independentemente das normas sociais. Sua intenção é questionar e redefinir as representações históricas das mulheres negras, destacando os estereótipos que persistem hoje na África do Sul.” ///