O fotógrafo e cineasta norte-americano Gordon Parks é mundialmente reconhecido pela documentação de questões profundas e dolorosas que há muito fazem parte da história dos Estados Unidos, ligadas principalmente ao racismo e direitos civis da população afro-americana. Matéria publicada pelo site do canal inglês BBC destaca a importância de duas exposições atualmente em cartaz na cidade de Nova York: Gordon Parks: half and the whole (Gordon Parks: a metade e o todo) na Galeria Jack Shainman; e a mostra In and Around Harlem (Dentro e em torno do Harlem), no MoMA. Já o The New York Times destaca o refinado senso estético presente não apenas em suas fotos e filmes, mas também no seu estilo de se vestir e viver a vida.

 

A exposição Táticas de Desaparecimento marca a reabertura do Paço das Artes, em São Paulo, após quase um ano de fechamento por conta da pandemia. Com curadoria de Nathalia Lavigne, selecionada para a atual edição da Temporada de Projetos, a mostra conta com obras de Aleta Valente, Maryam Monalisa Gharavi, Nino Cais, Regina Parra, Sallisa Rosa e Thiago Honório. Segundo Lavigne, na exposição “há desde uma discussão no campo da tecnologia sobre o desaparecimento dos arquivos, considerando tanto a impermanência dos dispositivos, exemplos de censura em redes sociais ou uma invisibilidade estratégica adotada contra práticas de vigilância, a processos de autorrepresentação como performance, pensando de que forma uma visibilidade constante pode gerar um processo contrário de negatividade e apagamento.”

 

Em 1979 a fotógrafa e ativista Joan E. Biren (mais conhecida pelo apelido JEB) lançou o livro Eye to Eye: portraits of lesbians (Olho no olho: retratos de lésbicas), segundo ela pela “absoluta incapacidade de encontrar imagens lésbicas” circulando nos Estados Unidos. Autopublicado, o livro nasceu do desejo de ver não apenas a si mesma, mas também outras lésbicas, e de encontrar conexões históricas com o movimento gay feminino. Eye to eye está sendo relançado agora, pela editora Anthology, e JEB relembra, em entrevista ao site da revista Time, o risco que foi publicar um livro com “nossas lésbicas” há mais de quatro décadas e também fala sobre as raízes de seu ativismo, seus anos lutando por visibilidade e a alegria de revisitar seu arquivo.

 

O site da plataforma inglesa de streaming BFI homenageia o diretor de fotografia italiano Giuseppe Rotunno, falecido no início do mês aos 97 anos. Rotunno foi responsável pela fotografia de vários filmes de Luchino Visconti e Federico Fellini, incluindo os clássicos O Leopardo e Rocco e seus irmãos (de Visconti) e Amacord, Satyricon e A cidade das Mulheres (de Fellini). Segundo o obituário, “esses filmes por si só seriam suficientes para cimentar sua reputação como um diretor de fotografia do primeiro escalão, mas sua filmografia rica e variada também teve colaborações com nomes como Vittorio De Sica, Mario Monicelli, Lina Wertmüller e Valerio Zurlini, bem como cineastas americanos como Robert Altman, Alan J. Pakula, Mike Nichols e Bob Fosse.”

 

Em cartaz no ICP, em Nova York, a exposição coletiva But still, it turns (Mesmo assim, se transforma) apresenta, por meio da fotografia mais direta, o estado atual dos Estados Unidos em seus mais diversos cantos. Segundo os curadores, “esta fotografia é pós-documentário. Nenhuma narrativa editorial ou redutiva é imposta. Não haver história é a história.” Entre os artistas selecionados, destaque para as imagens da vida cotidiana no interior do Alabama feitas pelo cineasta e fotógrafo RaMell Ross; a jornada californiana de Gregory Halpern publicada no livro ZZYZX; e a desconstrução do mito do oeste americano no trabalho da fotógrafa Kristine Potter, entre outros.

 

A Maison Européenne de la Photographie (MEP), por conta da exposição Moriyama – Tomatsu: Tokyo, atualmente em cartaz na sua sede em Paris, realizará uma série de aulas on-line com o tema Fotografar a cidade. A série de encontros começa no dia 25 de fevereiro com a palestra A cidade ou uma história da fotografia, realizada por Simon Baker, diretor da MEP e segue por mais três quartas-feiras com aulas ministradas por Raymond Depardon, Lise Sarfati e Chantal Stoman.

 

Como parte da programação on-line que antecipa a mostra da 34ª Bienal de São Paulo, que acontece de 4 de setembro a 5 de dezembro de 2021, a Fundação Bienal promove, no dia 25 de fevereiro, a live As vozes dos artistas #3: em torno do Sino de Ouro Preto. O encontro conta com a participação ao vivo de Jota Mombaça e entrevistas pré-gravadas dos artistas Ana Adamović (Belgrado, Sérvia), Nina Beier (Aarhus, Dinamarca) e Vincent Meessen (Baltimore, EUA), além da curadora convidada Carla Zaccagnini (Buenos Aires, Argentina). ///

 

 

 

 

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