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Recomendações ZUM: Ming Smith, Claudia Andujar, Teju Cole, Aílton Krenak, Pete Souza e mais

Publicado em: 25 de setembro de 2020

Eu como Marilyn, autorretrato de Ming Smith, 1991. Publicado no site da revista The New Yorker.

A revista The New Yorker publicou um perfil da fotógrafa afro-americana Ming Smith, a primeira mulher negra a ter uma fotografia no acervo permanente do MoMA, em 1975. O texto da revista, escrito pela novelista Yxta Maya Murray, é um trecho do ensaio mais amplo que faz parte do livro Ming Smith: An Aperture Monograph, com lançamento previsto para novembro. Murray ressalta que a notável obra de Smith “é canônico por sua riqueza de ideias e por contribuir para a preservação da vida de mulheres negras durante uma época, não diferente de hoje, em que isso não era valorizado”.

 

D., um jovem imigrante que chegou de barco da Líbia, de Teju Cole, em Siracusa, Itália. Publicado na revista do The New York Times.

Na revista do jornal The New York Times, o escritor e curador Teju Cole escreve sobre sua paixão por Caravaggio e como isso o levou a viajar pelo sul da Itália no verão de 2016, revisitando os lugares e algumas obras do pintor italiano em Nápoles, Palermo e outras localidades. Durante a viagem, Cole fotografa a região e traça analogias entre a pintura de Caravaggio e os tempos sombrios de hoje, com a chegada maciça de refugiados africanos à Europa. “Os locais de exílio de Caravaggio haviam se tornado pontos críticos na crise dos refugiados, o que não foi inteiramente uma coincidência: ele foi até eles porque eram portos. Um porto é onde um determinado território é mais propício a chegadas e a fugas, onde um estranho tem a chance de se sentir menos estranho”.

 

Em entrevista ao site Vox, Pete Souza, que foi o fotógrafo oficial dos ex-presidentes norte-americanos Ronald Reagan e Barack Obama, fala sobre as fotos “reality show” do atual governo Trump e dos desafios inerentes ao trabalho de registrar para a história um mandato presidencial.

 

Frame do filme Gyuri, de Mariana Lacerda

A história da fotógrafa Claudia Andujar e sua luta em prol do povo Yanomami é contada no filme Gyuri, da cineasta Mariana Lacerda. Parte da programação online da 25ª edição do É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários, seu valioso acervo, sua militância incansável, seu passado de guerra e a vulnerabilidade atual dos indígenas são revistos no filme por meio de diálogos de Andujar com o xamã Davi Kopenawa e o ativista Carlo Zacquini, com a interlocução do filósofo húngaro Peter Pál Pelbart. O festival vai até o dia 4 de outubro. Confira a programação completa no site do É Tudo Verdade.

 

Foto de Edgar Kanaykõ Xakriabá na exposição Siwẽttêt: resistência.

A exposição virtual Siwẽttêt: resistência, do fotógrafo Edgar Kanaykõ Xakriabá, é parte da programação do 52º Festival de Inverno da UFMG: Mundos Possíveis — Culturas em Pensamento. O site do festival também traz um vídeo em que Edgar comenta seu trabalho.

 

Fotos e montagem de Robin Sloan. Publicado no jornal The Atlantic.

Por conta dos incêndios florestais na Califórnia (EUA), em alguns dias o céu sobre grandes cidades da região, como São Francisco e Los Angeles, ficou alaranjado, lembrando filmes apocalípticos como Blade Runner 2049 e Duna. No entanto, em algumas fotos feitas com celular o alaranjado parecia mais cinza que a realidade. Matéria publicada pelo jornal The Atlantic explica o porquê: “Ninguém esperava que o céu do meio-dia ficasse laranja, e mesmo equipamentos supostamente sofisticados lutam para entender isso. Talvez o apocalipse atual no Ocidente diminua e as câmeras voltem ao ‘normal’ novamente. Mas talvez não, e o equipamento que as pessoas usam para dar conta de seu mundo precisará de ajustes ou substituição. Parece que tudo está desmoronando, até mesmo o sensor e o software que opera sua câmera”.

 

Em artigo sobre o resultado do prêmio Deutsche Börse de 2020 [leia mais no site da revista ZUM], dado ao franco-argelino Mohamed Bourouissa e divulgado na semana passada, o curador inglês Tim Clark defende que a premiação precisa passar por um processo de decolonização. Segundo Clark, apesar de ter sido dado a um artista de origem africana este ano, ainda restam perguntas importantes a serem respondidas pelos curadores: “A Photographers’ Gallery deveria impor uma cota para garantir a igualdade entre gêneros, sexos e raças? Seja o que for, alguns mecanismos certamente precisam ser introduzidos a fim de combater a discriminação embutida e há muito sustentada do prêmio, dadas as hierarquias e preconceitos que se repetem muito perto de casa”.

 

No próximo dia 28, o MoMA reúne a artista Rosana Paulino e a curadora Diane Lima no Espaço preto (Black Space), Part One: How to Write a Feminist – History of the Recent Past, uma série de conversas entre artistas e curadores a partir da pergunta “Como as tradições culturais radicais que os negros e índios brasileiros criaram na esteira do colonialismo e do capitalismo racial oferecem um plano para imaginar um futuro de nosso próprio projeto?”. É necessário inscrição prévia.

 

Entre os dias 28 de setembro e 2 de outubro acontece a versão online do Festival Cura na Janela, organizado pelo CURA – Circuito Urbano de Arte. Na programação, aulas e conversas com nomes como Aílton Krenak, Preta Rara e Coletivo Trovoa, entre outros. Confira a programação completa no Instagram ou no canal Youtube do festival. ///

 

 

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