“O que é uma fotografia?”, em cartaz no ICP, questiona os fudamentos da técnica
Publicado em: 14 de abril de 2014A exposição “O que é uma fotografia?”, em cartaz no ICP, Nova York, até 22 de maio, reúne o trabalho de 21 artistas que desde os anos 1970 têm ampliado o modo como se concebe a produção fotográfica. O recorte temporal que engloba a revolução digital na fotografia também testemunha a experimentação de fotógrafos no campo material,trazendo ao público nomes conhecidos, como Gerhard Richter, Lucas Samaras, Floris Neussus e Sigmar Polke, e também artistas emergentes, como Travess Smalley, Artie Vierkant, Kate Steciw e Mariah Robertson.
A questão levantada pelo ICP – O que é uma fotografia? – é ilustrada por abordagens como as de Lucas Samaras, que em sua série Photo-Transformation (1973-75) manipula as fotografias tiradas com uma Polaroid SX-70, intervindo no material fotossensível antes que este seque e se fixe no papel, e antecipando em pelo menos 10 anos muitos dos efeitos que o Photoshop tornaria possíveis. Entre os jovens artistas, nota-se as reverberações da era digital: a série Capturar a Presença Física (2011), de Travess Smalley, 27, é formada por pinturas digitais feitas no Photoshop, impressas, recortadas e rearranjadas em colagens que ele então escaneia e manipula digitalmente. O trabalho caminha no limite entre o material e o digital: sem utilizar uma câmera para criar as imagens, como faziam Man Ray e László Moholy-Nagy em seus fotogramas, Smalley reinterpreta digitalmente uma técnica primordial da fotografia, fazendo do escaner o objeto fotossensível que converte a luz em pixels.
A exposição, cuja curadoria é de Carol Squiers, reúne 72 trabalhos, produzidos entre 1964 e 2013. Abaixo, vídeo de apresentação da exposição pela curadora: