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Susan Meiselas é a vencedora do renomado prêmio Deutsche Börse em 2019

Publicado em: 16 de maio de 2019

O homem do coquetel-molotov, de Susan Meiselas, 1979

A fotógrafa norte-americana Susan Meiselas foi a vencedora do renomado prêmio da Fundação Deutsche Börse em 2019. O anúncio foi feito pelo premiado escritor e ativista britânico de origem turca Elif Shafak em cerimônia na Photographers’ Gallery em Londres na noite de hoje. Meiselas foi escolhida por sua exposição Mediações, realizada pelo Museu Jeu de Paume de Paris em 2018.

Segundo o júri da premiação, composto por Sunil Gupta (artista e curadora indiana), Diane Dufour (diretora do museu francês Le Bal),  Felix Hoffmann (curador chefe do C/O Berlin), Anne-Marie Beckmann (diretora da Fundação Deutsche Börse) e Brett Rogers (diretor da Photographers’ Gallery), Susan Meiselas “tem contribuído de forma consistente para o meio da fotografia, exemplificando um compromisso único e um investimento pessoal nas histórias e comunidades que documenta.”

Meiselas é reconhecida mundialmente por seu trabalho em zonas de conflito na América Central (a partir de 1978), particularmente na Nicarágua e em El Salvador. Mas também realizou importantes trabalhos documentais no início da década de 1970, com ensaios famosos como Show de strippers e As meninas da rua Prince, entre outros.

Em entrevista publicada na revista ZUM #15, Meiselas relembra sua carreira como fotógrafa e como foi importante para sua formação ter decidido deixar os Estados Unidos aos 20 poucos e anos e quase nenhuma experiência para fotografar os revolucionários sandinistas na Nicarágua. E destaca também outro aspecto importante de sua obra, principalmente os ensaios com as strippers e as garotas da rua Prince: “Eu fotografo e por acaso sou mulher. Será que tudo o que fiz é uma expressão disso? Alguns projetos enfatizam, mais que outros, questões que as mulheres enfrentam. Mas certamente minha experiência como mulher influencia alguns dos meus trabalhos.”

Convidada especial da edição de 2018 do Festival ZUM, Susan Meiselas conversou com a jornalista Dorrit Harazim e comentou a importância de um compromisso ético e histórico ao registrar guerras e crises humanitárias, como a diáspora curda, trabalho que ela escolheu mostrar na exposição em cartaz na Photographers’ Gallery juntamente com os outros três finalistas do prêmio desse ano, os artistas Laia Abril, Arwed Messmer e Mark Ruwedel.///

 

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