O filósofo francês Georges Didi-Huberman está em São Paulo para a abertura da exposição Levantes, da qual é curador. Ao enfatizar a insurgência como expressão artística e social, a mostra apresenta diferentes formas de representação de atos populares e políticos, engajados nas transformações sociais, nas revoltas e/ou revoluções. Na palestra de hoje, Didi-Huberman apresenta tais insurgências a partir de uma perspectiva filosófica. A abertura da exposição está marcada para amanhã (18/10).

Em entrevista para a ZUM, Didi-Huberman comentou a presença de imagens do Sonderkommando, grupo de prisioneiros judeus obrigados a trabalhar nos campos de concentração nazistas, e o significado dessas imagens no contexto da exposição. “Já aconteceu de espectadores me perguntarem: ‘Como é possível que numa exposição sobre levantes você inclua imagens de pessoas que avançam para a morte sem se revoltar, ou de cadáveres que ardem diante das câmaras de gás?’. E eu era forçado a responder: ‘Considerem que essas pessoas não tinham absolutamente nenhum meio de fazer um levante, ao passo que o agente do levante era justamente, do lado do Sonderkommando, a própria imagem: a imagem como ato, repito, a imagem como ato clandestino, e não apenas como representação. Vejam o que a imagem faz, e não apenas o que ela representa”.

A entrevista completa com Georges Didi-Huberman está na ZUM #13, disponível nas principais livrarias e na loja online do IMS a partir da próxima semana.

 

+
Exposição Levantes – curadoria de Georges Didi-Huberman
Sesc Pinheiros – SP, de 19/10 a 28/01
Mais informações, clique aqui.

 

Tags: exposição, Filosofia, filosofia da imagem, Palestra