Artista selecionada na Bolsa ZUM/IMS de 2023, muSa michelle mattiuzzi conta o processo criativo e o desenvolvimento do ensaio “Corpo Preta, composições com rosas vermelhas para arquivo em preto e branco”.
Em formato de diário, nesta primeira parte, a artista comenta a importância da escrita (e seus traumas) na concepção do trabalho e no diálogo com a performance e a fotografia.
“São cartas que me permitiram a liberdade criativa para as elaborações de experiências com a performance e a fotografia analógica, as dietas com banhos de ervas medicinais para limpar o canal criativo, a escrita no trânsito de migração.”
Leia aqui o texto do Diário Corpo Preta – parte 1
Corpo preta, composições com rosas vermelhas para um arquivo em preto e branco é um projeto de performance fotográfica que utilizará a ideia de fabulação crítica para construir novas imagens a partir do estudo de arquivos históricos coloniais de pessoas negras na Bahia. A fotoperformance será pensada como uma rota de fuga da violência colonial, orientada pelo debates propostos pela filosofia contemporânea e o pensamento radical negro no Brasil. ///
muSa michelle mattiuzzi – É uma artista indisciplinar cuja investigação e prática se desdobram da performance à escrita, da fotografia ao cinema. A violência colonial é um tema constante em sua investigação poética e suas obras apropriam-se e subvertem o lugar exótico atribuído aos corpos das mulheres negras pelas narrativas imagéticas cis-normativas brancas. Em 2018 foi premiada com a Bolsa Ecos do Atlântico Sul do Instituto Goethe – São Paulo e em 2021 participou da 34ª Bienal de São Paulo – Faz escuro mas eu canto [Foto: Andrea Santicoli].