Festival ZUM 2017
Publicado em: 17 de novembro de 2017
A edição de 2017 do Festival ZUM aconteceu na sede do IMS Paulista nos dias 24, 25 e 26 de novembro, com palestras, feira de fotolivros e a apresentação de uma seleção de fotolivros feita por convocatória para o festival.
SEXTA, 24/11
O principal destaque do primeiro dia do Festival ZUM foi a participação do editor alemão Gerhard Steidl, que inaugurou a Coleção Steidl na Biblioteca de Fotografia do IMS Paulista e realizou a palestra A beleza da mídia analógica no mundo digital.
No mesmo dia foi aberta a exposição de fotolivros da convocatória, com uma conversa aberta com autores e editores responsáveis pelos livros selecionados.
SÁBADO, 25/11
O segundo dia do Festival ZUM começou com a sessão do filme Como fazer um livro com Steidl, filme de Gereon Wetzel e Joerg Adolph, e a abertura da feira de fotolivros na praça do IMS Paulista.
Os debates no cineteatro começaram com a mesa Antropologia e história: da Missão Francesa à Amazônia, com o fotógrafo suíço Yann Gross, o brasileiro André Penteado e a mediação do jornalista Daigo Oliva. Em seguida, as artistas Anna Bella Geiger e Berna Reale, com mediação de Fernanda Mena, falaram sobre seus respectivos trabalhos na mesa O corpo visceral: política e performance. No encerramento do dia, o escritor norte-americano Teju Cole fez a palestra O mundo é uma imagem que contém tudo, uma homenagem ao fotógrafo Luigi Ghirri.
Entre os debates, o cineasta Jorge Bodanzky apresentou e comentou trechos inéditos em Super-8 de suas viagens de preparação para a filmagem de Iracema, uma transa amazônica.
DOMINGO, 26/11
O último dia do Festival ZUM começou com a oficina de mídia-ativismo #Aovivo, realizada pelo coletivo Mídia Ninja.
Os debates de domingo começaram com a mesa Arte e apropriação: a que serve a imprensa?, com Antonio Manuel, Éder Oliveira e mediação de Marcos Augusto Gonçalves. Em seguida, na mesa As margens do cinema, as cineastas Adélia Sampaio e Yasmin Thayná, conversaram sobre a presença das mulheres negras na realização de filmes no Brasil.
No encerramento do festival, por motivos pessoais, o debate com a fotógrafa Claudia Andujar teve de ser substituído pela mesa Meu artista de cabeceira, em que os convidados Maureen Bisilliat, Teju Cole, Jorge Bodanzky, Antonio Manuel, Éder Oliveira, Yann Gross, André Penteado, Daigo Oliva e Felipe Russo voltaram ao palco para revelar quem são os fotógrafos, artistas ou cineastas que admiram e que foram importantes em suas carreiras.
Apoio: Folha de S. Paulo / Pro Helvetia / Instituto Goethe
Convidados
Gerhard Steidl (1950), editor e curador alemão, publicou grandes autores como Robert Frank, Nan Goldin, Gerhard Richter e William Eggleston e organizou mostras, como a itinerante Robert Frank: os livros e os filmes, atualmente em cartaz no IMS Paulista.
Teju Cole (1975), escritor, crítico e fotógrafo americano, publicou o romance Cidade aberta e colabora para periódicos como The New York Times, The New Yorker e The Guardian.
Claudia Andujar (1931) fotógrafa. Mudou-se para São Paulo em 1957, onde desenvolveu, com George Love, o Workshop de Fotografia no MASP. Participou da 24ª Bienal de São Paulo, em 1998, e foi objeto da retrospectiva Claudia Andujar: No lugar do outro, no IMS, em 2015.
Anna Bella Geiger (1933), artista e professora, autora da série fotográfica Brasil Nativo/Brasil Alienígena (1977), da instalação Indiferenciados (2001), entre outros trabalhos. Publicou o livro Abstracionismo geométrico e informal: a vanguarda brasileira nos anos cinqüenta (1987), com Fernando Cocchiarale.
Jorge Bodanzky (1942) nasceu em São Paulo. Estudou cinema na Escola Superior da Forma de Ulm, na Alemanha. Trabalhou como fotógrafo das revistas Iris e Realidade, e estreou como diretor de cinema em 1974, com Iracema, uma transa amazônica. Dirigiu também Caminhos de Valderez (1974), Gitirana (1975), Os Mucker (1979) e Pandemonium (2010), entre outros.
Antonio Manuel (1947), artista, autor das Urnas quentes, exibidas na exposição Apocalipopótese, em 1968, da performance em que exibiu o próprio corpo como obra, no Salão de Arte Moderna de 1970, no MAM-RJ, dos curtas-metragens Loucura & Cultura (1973) e Semi-Ótica (1975), entre outros trabalhos.
Berna Reale (1965), artista e perita criminal, participou de diversas exposições no Brasil e no exterior, como I Bienal de Fotografia Masp-Pirelli (2013), a individual Vazio de nós, no Museu de Arte do Rio (2014), e a representação brasileira da 56ª Bienal de Veneza (2015). Recebeu os prêmios Marcantonio Vilaça (2015) e Salão Arte Pará (2009).
Adélia Sampaio (1944), cineasta, roteirista e produtora de cinema, dirigiu os curtas Denúncia vazia, Agora um deus dança em mim, Adulto não brinca e Na poeira das ruas, e Amor maldito (1984), o primeiro longa-metragem realizado por uma mulher negra no Brasil.
Yann Gross (1981), fotógrafo e cineasta suíço, é autor de Horizonville (2010), Kitintal (2010) e The Jungle Book (2016), uma incursão pela Amazônia contemporânea, que recebeu o prêmio de melhor boneco no Encontro de Arles em 2015.
André Penteado (1970), fotógrafo, é autor dos livros O suicídio do meu pai (2014), trabalho pelo qual recebeu o Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger em 2013, Cabanagem (2014), Não estou sozinho (2016) e Missão francesa (2017).
Yasmin Thayná (1992) é cineasta, diretora e fundadora da Afroflix, curadora da Festa Literária das Periferias e pesquisadora de audiovisual no ITS-Rio. Dirigiu Kbela, o filme, Batalhas e a série Afrotranscendence.
Éder Oliveira (1983), artista, realizou exposições individuais como Pintura ou a fotografia como violência (Palácio das Artes, Belo Horizonte, 2017) e Malerei – oder die Fotogafie als Gewaltakt (Kunsthalle Lingen, Alemanha, 2016), e integrou mostras coletivas, entre elas Modos de ver o Brasil: Itaú Cultural 30 Anos (MAM-SP, 2017) e 31ª Bienal de São Paulo (2014).
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