A comissão julgadora da Bolsa de Fotografia ZUM/IMS selecionou os ganhadores da oitava edição, depois de avaliar 500 projetos de todas as partes do país. O objetivo da premiação é fomentar o trabalho de artistas e fotógrafos das mais variadas vertentes, sem restrição de tema, perfil ou suporte. Cada selecionado receberá uma bolsa no valor de R$ 65 mil e terá oito meses para desenvolver o trabalho. O resultado final dos projetos fará parte da Coleção de Fotografia Contemporânea do Instituto Moreira Salles. A curadora e arte educadora Keyna Eleison foi a jurada convidada nesta edição da Bolsa.
Os vencedores desta edição são THEMÔNIAS, de Rafael BQueer, e Infinito particular ou reprisando e atualizando Vênus, de Val Souza.
“Os dois projetos têm em comum o fato de contribuir para expandir nosso repertório de imagens, usando a arte para ampliar nossa experiência do mundo e dar visibilidade a grupos socialmente discriminados.” Thyago Nogueira, coordenador da Bolsa de Fotografia e da área de Fotografia Contemporânea do IMS
Rafael BQueer (Belém, 1992)
O projeto THEMÔNIAS consiste na realização de fotografias e um filme de curta-metragem com cinco performances desenvolvidas com o coletivo das artistas Themônias, da cena Drag-LGBTQIA+ de Belém do Pará. O coletivo foi fundado por Rafael e outras artistas locais em 2014 e reúne hoje cerca de 150 pessoas que se montam e se apresentam na noite paraense. Um projeto sobre diversidade e memória na Amazônia.
Rafael BQueer vive e trabalha entre Rio de Janeiro e São Paulo. Graduou-se em licenciatura e bacharelado no curso de artes visuais pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Drag queen e ativista, BQueer usa vídeo e fotografia para satirizar o universo pop e criticar questões contemporâneas. Atua de forma transdisciplinar, com experiência na moda, em escolas de samba e em arte contemporânea.
Val Souza (São Paulo, 1985)
No projeto Infinito particular ou reprisando e atualizando Vênus, a artista propõe realizar fotografias que problematizem os retratos de mulheres negras presentes em arquivos históricos. Val produzirá autorretratos de flagrantes cotidianos, construindo uma espécie de diário íntimo. A Vênus, deslocada nas imagens de mulheres negras, será revelada nas selfies da artista.
Val Souza vive e trabalha entre Salvador e São Paulo. Licenciou-se em pedagogia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e fez mestrado em dança pela Universidade Federal da Bahia. Trabalha com performance e seus desdobramentos desde 2012. Sua prática inclui fotografia, dança, teatro, vídeo e instalação e tematiza a exploração da autoexposição e da subjetividade.