Duas exposições em cartaz no Brasil apresentam imagens da extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Em São Paulo, Assim vivíamos, individual do fotógrafo Vladimir Lagrange (Moscou, 1939) reúne 65 imagens do cotidiano urbano e rural do território continental do leste europeu. Suas fotografias retratam a humanidade de seus conterrâneos, distanciando-se da propaganda do regime stalinista e da estética do realismo socialista. “Na obra de Lagrange, encontram-se drama e humor, além de uma perene compaixão pelo ‘homem simples’, retratado pelo fotógrafo por meio de uma linguagem visual profunda e singular”, afirma o curador Luiz Gustavo Carvalho. Em um de seus registros, o fotógrafo retrata a Praça Vermelha, palco de recorrentes desfiles bélicos, como cenário de uma comemoração de estudantes – que os envolve de pombas, símbolo da paz. A individual do fotógrafo em São Paulo fica em cartaz até 20 de setembro, na Caixa Cultural.

Vladimir Lagrange também tem suas fotografias expostas em Curitiba, no Museu Oscar Niemeyer, até 25 de outubro. Estão entre as quase 200 imagens da mostra coletiva A União Soviética através da câmera, que reúne obras de outros cinco fotógrafos da era soviética: Yuri Krivonossov, Vladimir Bogdanov, Leonid Lazarev, Viktor Akhlomov e Antanas Sutkus. As fotografias abrangem o período de 1956 a 1991: das denúncias de Nikita Khruschev contra os crimes cometidos por Josef Stálin, morto em 1953,  à dissolução da União Soviética. “Através do olhar de seis fotógrafos diferentes, a exposição propõe uma reflexão sobre a vida cotidiana deste ‘país fantasma’, do Degelo de Khruschev à Perestroika de Gorbatchev, assim como sobre o papel singular exercido pela fotografia na sociedade soviética pós-stalinista”, explicam os curadores Luiz Gustavo Carvalho e Maria Vragova.

 

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