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Recomendações ZUM: arte indígena, Lorna Simpson, Fernanda Torres & Isaac Julien, Spike Lee, David Lynch e mais

Publicado em: 19 de maio de 2020

Solar Glare (detalhe) de Lorna Simpson.

“Há dias em que choro quatro vezes em uma hora”, conta a artista Lorna Simpson em entrevista ao jornal inglês The Guardian. Simpson fala sobre a atual situação da arte, de política e da sua trajetória como fotógrafa.

Na semana passada, o cineasta e artista visual Isaac Julien conversou ao vivo com a atriz e escritora Fernanda Torres. Eles trabalharam juntos na nova videoinstalação de Julien, Lina Bo Bardi – A Marvellous Entanglement. Na instalação, composta por nove telas, Fernanda Torres e Fernanda Montenegro leem textos e cartas seminais da arquiteta enquanto a interpretam em diferentes estágios da vida. Julien e Torres falaram sobre seus processos criativos, sua interação no set de filmagens e suas perceptivas sobre o legado de Lina Bo Bardi.

“Minha carta de amor para os nova-iorquinos”. Ao som de Frank Sinatra cantando o clássico New York, New York, o cineasta Spike Lee declara seu amor pela cidade na luta contra a pandemia. No Instagram (@officialspikelee)

Entre os dias 18 a 22 de maio acontece o Marsha! Entra no CCSP, festival LGBT Online organizado por pessoas trans em parceria com o Centro Cultural São Paulo. O objetivo é informar e produzir conteúdo visando o fortalecimento da comunidade LGBTQIA+ frente a atual situação de pandemia global, apresentando pontos de vista diversos sobre o contexto político e social por meio de falas, oficinas, música, arte e cultura. O festival receberá doações para apoio da comunidade em situação de extrema vulnerabilidade.

 

Os Rolling Stones, tocando ,em>You Can’t Always Get What You Want no concerto online World, Together At Home no dia 18 de abril.

A tela repartida, uma tradicional técnica de montagem muito utilizada pelo cinema e pelas artes audiovisuais, é a metáfora visual da pandemia, na opinião do filósofo francês Peter Szendy, estudioso da multiplicação de imagens na sociedade contemporânea. Em entrevista ao jornal espanhol El País, ao falar das videochamadas, Szendy comenta que elas “tornaram-se a nossa porta de acesso ao mundo, a principal forma de experiência. A tela repartida é o tempo e o espaço da pandemia”.

O curador Helio Menezes analisa o trabalho do artista Jaime Lauriano na revista Select. “Guiado por um olhar escrutinador, irônico por vezes, da história do país e da arte, esse artista inquieto tem conduzido a seus trabalhos temas de difícil doma, como colonialismo, violência policial, exploração do trabalho, militarismo, disputas de terra e narrativas de nação, transmutados em linguagem plástica criativa e inovadora”, comenta Menezes.

No último final de semana o cineasta David Lynch conversou longamente com o editor da revista especializada em meditação Enjoy TM. Entre os temas discutidos, Lynch destacou a importância da prática no seu processo criativo e também como ferramenta para buscar a felicidade dentro de si mesmo.

A Pinacoteca de SP lança em seu site a exposição Distância, com vídeos e filmes selecionados do acervo e comentados por Ana Maria Maia, curadora do museu. Destaque para o trabalho pioneiro da artista Letícia Parente, que junto com obras de Cao Guimarães, Dalton Paula, Marcellvs L. e Sara Ramo, compõem a primeira parte da exposição e tratam de sujeitos apartados de uma sociabilidade imediata.

 

 

Arqueiro Digital, 2017, de Denilson Baniwa

“Essa é a transmissão de um futuro que não vai acontecer”. Assim começa o manifesto anti-futurista indígena, redigido pela iniciativa norte-americana Indigenous Action e publicado no site da editora GLAC em português. O manifesto reflete sobre o fim do mundo, o fim do capitalismo, a ideia de apocalipse e da imaginação anti-colonial.

“Jornais, revistas e tevês seguem zonzas as pautas do gabinete de ódio como certos cachorros que correm atrás do mesmo automóvel todo santo dia, achando que dessa vez vão conseguir morder os pneus”. O historiador da arte Rafael Cardoso escreve para a revista Pessoa uma análise cinematográfica do vídeo transmitido pelas redes sociais do presidente da República em uma de suas aparições públicas do dia 03 de maio. Ao analisar os travellings cinematográficos do vídeo, Cardoso busca entender símbolos atuais da política brasileira através da imagem.

É possível ver no YouTube uma série de palestras feitas pelo fotógrafo e especialista em impressão Richard “Chip” Benson (1943-2017) sobre as imagens impressas do MoMA de Nova York. Benson, autor do livro The Printed Image, foi filmado por aproximadamente oito horas nas galerias do museu, comentando a história das impressões e compartilhando pensamentos sobre o futuro da fotografia. ///

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Leia também no #IMSquarentena uma seleção de ensaios do acervo das revistas ZUM e serrote, colaborações inéditas e uma seleção de textos que ajudem a refletir sobre o mundo em tempos de pandemia.

 

 

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