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O chileno Alfredo Jaar é o vencedor do prêmio Hasselblad em 2020

Publicado em: 10 de março de 2020

 

O chileno Alfredo Jaar foi o vencedor da 40ª edição do prêmio Hasselblad. A obra de Jaar se destaca por explorar complexas questões sócio-políticas, em particular a ética da representação. Segundo Thyago Nogueira, editor da ZUM e presidente do júri nessa edição do prêmio, “Jaar fez contribuições significativas para a história da fotografia, abordando as políticas que governam a produção e a circulação de imagens, mostrando-nos as implicações econômicas e sociais incorporadas no ato de ver, bem como nossas responsabilidades como espectadores de imagens”. Em setembro São Paulo irá receber uma grande mostra da obra de Alfredo Jaar, dividida entre o Sesc Pompeia e a Estação Pinacoteca, com curadoria de Moacir dos Anjos.

De acordo com a Fundação Hasselblad, responsável pela premiação, “por meio de trabalhos calmos e meditativos, Jaar enfrenta questões de grande magnitude, testemunhando desastres humanitários e atestando o impacto de conflitos militares, corrupção política e desigualdade econômica em todo o mundo. Suas fotografias, filmes, instalações e projetos comunitários perturbam de forma provocativa as percepções comuns da realidade”.

Em nota divulgada pela assessoria do prêmio, Alfredo Jaar diz se sentir “extremamente honrado e orgulhoso por receber esse reconhecimento incrível. Gostaria de expressar minha admiração e profunda gratidão à Fundação Hasselblad e a alguns dos ex-ganhadores deste prêmio que me ensinaram muito, como Daido Moriyama, Bernd & Hilla Becher, Robert Frank, Susan Meiselas, William Klein e Henri Cartier-Bresson. Concentrei a totalidade da minha prática na política das imagens e esse reconhecimento generoso me dá apoio e força para continuar minha jornada nesses tempos sombrios ”.

Além de Thyago Nogueira, o júri contou com a presença de Joshua Chuang (curador sênior de fotografia da Biblioteca Pública de Nova York), Anna-Kaisa Rastenberger (professora de estudos expositivos e da espacialidade da Academia de Belas Artes da Finlândia), Laura Serani (curadora independente) e Yiannis Toumazis (diretor do NiMAC e professor-assistente da Universidade Frederick, Chipre).

Como parte da premiação, uma exposição dedicada a Jaar será aberta em outubro de 2020 no Centro Hasselblad, em Gotemburgo, além do prêmio de 1 milhão de coroas suecas (cerca de 460 mil reais) e a publicação de um livro. Em sua 40ª edição, o prêmio já foi dado a nomes importantes da fotografia mundial, como Irving Penn (1985), Susan Meiselas (1994), Robert Frank (1996), William Eggleston (1998), Cindy Sherman (1999), Malick Sidibé (2003), Nan Goldin (2007), Sophie Calle (2010) e Daido Moriyama (2019), entre outros. ///

 

 

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