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Neozelandês Luke Willis Thompson é o ganhador da edição 2018 do prêmio Deustche Börse

Publicado em: 18 de maio de 2018

Luke Willis Thompson, Autorretrato, 2017. Imagem da instalação na Chisenhale Gallery em 2017. Comissionada pela Chisenhale Gallery e produzida em parceria com a Create. Cortesia do artista. Foto de Andy Keate.

Com um retrato em formato de filme de Diamond Reynolds, jovem norte-americana cujo parceiro foi assassinado por um policial em uma blitz de trânsito, o artista neozelandês Luke Willis Thompson (1988) foi o ganhador do prestigiado prêmio Deustche Börse 2018. Segundo Anne-Marie Beckmann, diretora da Fundação Deutsche Börse de Fotografia e membro do júri, o autorretrato em forma de filme feito por Luke Willis Thompson “é uma contribuição significativa para a fotografia contemporânea, refletindo sobre a relevante questão da autorrepresentação e da propriedade de imagem no complexo mundo midiático de hoje”.

Em julho de 2016, Diamond Reynolds usou o Facebook para fazer uma transmissão ao vivo logo após seu parceiro ter sido baleado por um policial em uma blitz em Minnesota, nos Estados Unidos. O vídeo circulou o mundo todo, tendo sido visto por mais de 6 milhões de pessoas e também utilizado como prova no tribunal durante o julgamento do policial, que ao final foi absolvido de todas as acusações.

Em novembro daquele mesmo ano, Luke Thompson convidou Diamond para ser sua colaboradora em um projeto que a retratasse de uma maneira diferente da imagem pela qual ficou tão conhecida no mundo todo. O resultado final, um filme sem áudio, é o que Thompson chama de autorretrato e que mostra Diamond totalmente imersa em seus pensamentos e aparentemente sem perceber a presença da câmera.

Nas palavras de Brett Rogers, diretor da Photographers’ Gallery, instituição parceira do prêmio que exibe os trabalhos dos finalistas, “como concorrente de um prêmio focado em fotografia, o júri sentiu que o autorretrato impregnava o formato de imagem móvel com a qualidade singular e quase obsessiva de uma fotografia, chamando a atenção para sua materialidade e desafiando os espectadores a considerarem as apostas pessoais da representação de uma imagem em ambiente ao mesmo tempo íntimo e coletivo”.

Nascido em 1988 na Nova Zelândia, Luke Willis Thompson já teve seu trabalho exibido em várias cidades do mundo, incluindo a 32ª Bienal de São Paulo, a Bienal de Montreal, a Trienal do New Museum de Nova York, entre outras. Também foi selecionado para o Prêmio Turner de 2018.

Juntamente com os outros três finalistas do Deutsche Börse 2018, Mathieu Asselin, Rafal Milach e Batia Suter, o trabalho de Luke Thompson está em cartaz na Photographers’ Gallery de Londres até o dia 3 de junho. Constituído desde 2005, em edições anteriores foram premiados fotógrafos como Dana Lixenberg, Trevor Paglen, Paul Graham, Juergen Teller e Rineke Dijkstra, entre outros.///

 

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