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Recomendações ZUM: fotolivros de guerra, Aillen e Eugene Smith, Araquém Alcântara e mais

Publicado em: 17 de setembro de 2021

Aileen e Gene. Crédito: Ishikawa Takeshi. Publicada na revista Kyoto Journal.

A ativista japonesa Aileen Mioki Smith conta em entrevista ao site da revista Kyoto Journal como foram os anos em que ela e seu marido, o fotógrafo norte-americano Eugene Smith, registraram a vida em Minamata, uma localidade no Japão vítima de crime ambiental causada pela poluição por metilmercúrio. De 1932 até o final dos anos 1960, a empresa Chiso conscientemente descartou resíduos da produção de acetaldeído de sua fábrica em Minamata, matando dezenas de pessoas. Aileen conta que o casal alugou uma casa na região, pensando em ficar cerca três meses. Três meses se tornaram três anos, documentando as vidas e as lutas das vítimas da poluição industrial e suas famílias. Essa história é contada no filme Minamata, dirigido por Andew Levitas e com Johnny Depp no papel de Eugene Smith, e que será lançado ainda este ano.

 

W. H. Woodside, Oficial carcerário, 8 de abril de 1961, foto do livro The San Quentin Project, de Nigel Poor. Foto publicada no site da Cultured Magazine.

Em entrevista publicada pela revista digital Cultured, a fotógrafa norte-americana Nigel Poor fala sobre seu recém-lançado livro The San Quentin Project (O Projeto San Quentin), uma seleção de fotos de arquivos do famoso presídio de San Quentin dos anos 1930 até os anos 1980. Poor trabalhou vários anos com pessoas encarceradas, dando aulas de fotografia em diversas instituições dos Estados Unidos. “Esse projeto é um pedido às pessoas para que reconsiderem como as prisões deveriam funcionar em nossa sociedade. A única maneira de isso acontecer é fazendo com que pessoas que não sejam da mesma opinião vejam este trabalho e sejam mudadas por ele.”

 

Foto do livro 5 dólares por 3 minutos, de Cammie Toloui. Publicada no site do jornal The Guardian.

Nos anos 1990, a então estudante de jornalismo Cammie Toloui dividia seu tempo entre os ensaios com a banda de punk rock Yeastie Girlz e seu trabalho como stripper em boates na cidade de São Francisco. Um dia, por conta de um projeto da faculdade, decidiu virar a câmera e fotografar os seus clientes do peep-show. O resultado é o livro 5 dólares por 3 minutos, só agora lançado. “Eu senti que isso precisava ser visto, porque embora todos nós saibamos sobre a indústria do sexo, e todos nós sabemos sobre pornografia, só sabemos pela visão do homem sobre as mulheres”, comenta Toloui em entrevista ao site do jornal The Guardian.

 

Baghdad Calling, de Geert van Kesteren, 2008. Foto publicada no site CPhMag

Por conta da retirada catastrófica do exército norte-americano do Afeganistão 20 anos depois da invasão, o crítico de fotografia Jörg Colberg comenta em seu site CPhMag uma seleção de livros de fotografia de guerra publicados nas últimas duas décadas. “Alguns dos melhores fotojornalistas e fotógrafos foram para o Afeganistão e arriscaram suas vidas para tirar fotos para nós, espectadores que pouco mais sabem sobre o país, seu povo e a guerra do que há 20 anos. Não vejo isso como uma falha da fotografia, porque as fotos que esses homens e mulheres trouxeram para casa nunca existiram por si só. Elas foram incorporadas pelas empresas de mídia que as encomendaram. Neste artigo, quero destacar alguns livros que não apenas levaram a conversa sobre fotolivros de guerra muito mais longe, mas também forneceram uma visão sem precedentes dos últimos vinte anos”, diz Colberg.

 

Menina Zo’é na Frente de Proteção Etnoambiental do Cuminapanema, foto de Araquém Alcântara, Pará, 2007. Foto publicada no site da BBC News Brasil.

Em entrevista ao site da BBC News Brasil, o fotógrafo Araquém Alcântara fala sobre seus mais de 50 anos dedicados à fotografia, principalmente registrando a exuberância dos biomas brasileiros – e a atual destruição em franco progresso. “Meu trabalho é resistência da memória. Mais de 50% do cerrado já foi; restam só migalhas, nem 1% das matas de araucárias; e a Amazônia começa a entrar no seu ponto de declínio, no seu ponto de savanização e daqui a pouco não produz mais chuva”, diz o fotógrafo.

 

Foto de Ann Kirsten Kennis, usada pela banda Vampire Weekend como capa do disco Contra. Foto publicada no site do jornal El Pais.

Recentemente, foi divulgada a notícia de que os integrantes da banda Nirvana estão sendo processados por Spencer Elden, o bebê que apareceu pelado na capa do famoso disco Nevermind. Matéria publicada pela edição brasileira do jornal El Pais conta a história de outros casos em que bandas utilizaram fotos sem autorização prévia. A modelo Ann Kirsten Kennis só soube por sua filha que seu rosto estampava a capa do disco Contra (2010), sucesso mundial do Vampire Weekend. Kennis moveu uma ação contra o grupo, a gravadora e o fotógrafo, reivindicando uma indenização de 2 milhões de dólares pelo uso não autorizado de uma velha foto Polaroid, tirada na década de 1980 e da qual ela nem se lembrava.

 

No site da revista digital The Calvet Journal, a jornalista alemã Edda Schlager escreve sobre algumas fotos encontradas na casa de seus pais de uma viagem ao Uzbequistão em 1971. “As fotos são especiais para mim não apenas porque revelam um vislumbre da vida de meus pais antes de mim, mas também porque, coincidentemente, a região para a qual eles viajaram foi minha segunda casa nos últimos 16 anos. Desde 2005 moro no Cazaquistão e viajei para o Uzbequistão inúmeras vezes. Durante todos esses anos testemunhei muitas mudanças políticas no Uzbequistão e cobri várias histórias para a mídia alemã. Agora, exatos 50 anos após a viagem deles, resolvi seguir seus passos, inspirada nas fotografias e nas memórias da viagem.”

 

Frame do video Dwelling, de Yuan Goang-ming, 2014.

O projeto Watch and Chill: Streaming Art to Your Homes compartilha, através de uma plataforma on-line, uma seleção de destaques da produção audiovisual coreana contemporânea. A iniciativa colaborativa reúne o Museu Nacional de Arte Moderna e Contemporânea da Coreia (MMCA), o Museu de Arte e Design Contemporâneo (MCAD) de Manila, o Museu de Arte Contemporânea MAIIAM de Chiang Mai e o M +, do distrito cultural West Kowloon em Hong Kong. O conteúdo da plataforma é acessível exclusivamente aos assinantes, que receberão e-mails alertando-os sobre novos trabalhos carregados todas as sextas-feiras. Destaque para a seleção Things in My Living Room (Coisas na minha sala), com vídeos que refletem sobre a intimidade que as pessoas passaram a ter com seus objetos à medida que a pandemia as força a passar mais tempo em casa. ///

 

 

 

 

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