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Laço rastro traço : Mauro Restiffe mostra seus retratos em exposição em São Paulo

Publicado em: 27 de agosto de 2021

 

Vargem Grande #2, de Mauro Restiffe, 2020 © Mauro Restiffe. Cortesia do artista e Fortes D’Aloia & Gabriel, São Paulo/Rio de Janeiro.

 

Villa Necchi #1, de Mauro Restiffe, 2019 © Mauro Restiffe. Cortesia do artista e Fortes D’Aloia & Gabriel, São Paulo/Rio de Janeiro.

 

Janela em Lisboa, de Mauro Restiffe, 2019 © Mauro Restiffe. Cortesia do artista e Fortes D’Aloia & Gabriel, São Paulo/Rio de Janeiro.

 

Autorretrato, de Mauro Restiffe, 1995 © Mauro Restiffe. Cortesia do artista e Fortes D’Aloia & Gabriel, São Paulo/Rio de Janeiro.

 

Bowie , de Mauro Restiffe, 2018 © Mauro Restiffe. Cortesia do artista e Fortes D’Aloia & Gabriel, São Paulo/Rio de Janeiro.

 

Helena na pandemia , de Mauro Restiffe, 2020 © Mauro Restiffe. Cortesia do artista e Fortes D’Aloia & Gabriel, São Paulo/Rio de Janeiro.

 

Tim by the door, de Mauro Restiffe, 2014 © Mauro Restiffe. Cortesia do artista e Fortes D’Aloia & Gabriel, São Paulo/Rio de Janeiro.

 

 

Conversamos com o fotógrafo Mauro Restiffe sobre a exposição Laço rastro traço, que abre amanhã na galeria Fortes D’Aloia & Gabriel, em São Paulo. Dedicada aos retratos realizados por Restiffe ao longo da sua carreira, a mostra terá um segundo “capítulo”, chamado Rastro traço laço, que irá acontecer na mesma galeria a partir do final de novembro. Destacamos abaixo alguns trechos da conversa.

 

“É uma exposição de retratos, em uma noção um pouco mais expandida de retrato, no sentido de que não tem só figuras ou pessoas retratadas. Tem muito o retrato representado, que é um tema meio constante na minha produção.”

“São fotos do meu arquivo, que eu venho investigando e revisitando a cada nova exposição. Meu arquivo passou a ser uma peça fundamental, no sentido de orientar a minha produção tanto daquilo que vou fazer como próximo projeto, quanto como fonte de investigação e de alimento para qualquer outro projeto. Essa ideia de fazer uma exposição de retratos surge de uma vontade minha de muito tempo, então recorri ao meu arquivo para fisgar imagens dali e pontuar com coisas mais recentes.”

“A cor vem tomando cada vez mais de corpo no meu trabalho. As vezes ela é intencional, mas na maioria das vezes ela é muito casual. Venho comprando um pouco mais de filmes coloridos, ficando sempre com um pouco de filme cor na bolsa da câmera e vou meio que pegando cada hora um. Tem um pouco esse processo de não prestar muita atenção em qual modo eu estou ali fotografando, se é cor ou se é preto e branco.”

“Na fotografia, e principalmente no retrato, me interessa muito o momento em que a pessoa está ali olhando para a câmera, se relacionando com a câmera. E então a câmera desaparece, some. Não deixa traços de que o fotógrafo está presente. Obviamente a ideia é que exista uma relação com o fotógrafo, mas que ao mesmo tempo ele suma da cena. Que ele capture esse fragmento desse momento, mas sem deixar ali uma identidade. Gosto quando a presença do fotógrafo desaparece. E isso acaba também sendo uma assinatura.”

“Autorretrato é uma coisa engraçada. A gente está se enquadrando e ao mesmo tempo muito consciente do enquadramento. Meus autorretratos são mais em espelho, e aí você tem essa consciência expandida do quadro dentro do quadro, desse eterno reenquadrar. Acho muito interessante esse pensar.”

“Quando eu estava pensando na seleção dessas imagens, quis focar nessa relação direta com a pintura, algo que está sempre permeando meu trabalho. Eu queria pensar a função, a posição da fotografia de retrato em relação com a história da pintura. O retrato dentro de uma tradição pictórica. Em várias das imagens acho que existem referências a pinturas.” ///

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Mais informações sobre a exposição Laço rastro traço, de Mauro Restiffe