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Fotógrafa sul-africana Zanele Muholi celebra a negritude em série de autorretratos

Publicado em: 28 de julho de 2017

Zanele Muholi (1972), capa da ZUM #11, apresenta em Londres a série Somnyama Ngonyama (Salve, leoa negra!, em português). Em mais de 60 autorretratos, a artista utiliza o próprio corpo para confrontar questões de raça e representação nas artes visuais.

Ao combinar o uso de adereços e materiais do cotidiano com personagens representados por ela, a artista traz aspectos estéticos da cultura negra em relação à cultura branca ocidental para a discussão política. “Estou reclamando minha negritude, que eu sinto estar sempre sendo utilizada por outros privilegiados. A realidade é que eu não estou imitando ser negra; é a minha pele, e a experiência de ser negra está profundamente enraizada em mim. Assim como nossos ancestrais, vivemos como pessoas negras 365 dias por ano, e devemos falar isso sem medo”, comenta Muholi.

A série Salve, leoa negra! brinca com convenções da pintura clássica, da fotografia de moda e com um imaginário etnográfico que nos é familiar. Mas faz isso com a intenção de interrogar as atuais representações de beleza e padrões estéticos. O olhar desafiador de Muholi nos retratos parece dizer de forma assertiva sua identidade: negra, mulher, queer, africana. Renée Mussai, curadora da exposição, diz que a série “apresenta um atraente e visionário mosaico de identidades, convidando o público para uma conversa em muitas camadas sobre gênero, cultura e história.”

A exposição está em cartaz na galeria Autograph ABP, em Londres, até o dia 28 de outubro.///

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