ZUM Quarentena

Recomendações ZUM: excesso de lives, Bansky, Alec Soth, Lucia Koch, Stephen Shore e mais

Publicado em: 20 de abril de 2020

Crédito da foto: © Jana Sophia Nolle

Nunca a oferta de conteúdo na rede foi tão grande, mas quem aguenta mais tanta live e tour virtual?, questiona a pesquisadora Nathalia Lavigne. Já para Giselle Beiguelman, o problema é que “museus, galerias de arte e instituições culturais estão na idade da pedra da internet”. Na Folha de São Paulo.

A guinada para o digital não tem sido fácil para as instituições culturais, realmente. “O limite é o custo. [Digitalizar o acervo] requer software, câmeras e scanners caros, mas acima de tudo, requer tempo”, diz Kate Taylor em artigo para jornal canadense.

Depois das ruínas: Jacob Bolton analisa a tendência de pasteurização visual da internet a partir dos debates do festival Transmediale 2020. “A trajetória das plataformas de mídia social dominantes parece ser de desapropriação: a lenta e crescente erosão da flexibilidade e da privacidade, a padronização gradual e a suavização do espaço público online. À luz dessa lógica da desapropriação, que tipo de espaço permanecerá nas ruínas do Instagram como é hoje?”.

O que acontece após o confinamento do mundo da arte?, pergunta (e responde) a curadora chinesa Nikita Yingqian Cai. “Durante o período de confinamento, as pessoas se acostumaram a tudo sem contato. (…) A questão é: a interação digital levará nosso público de volta ao museu depois que todos nos recuperarmos da pandemia ou substituirá completamente a intimidade espaço-temporal de se relacionar com uma obra de arte?”

Cristine Takuá observa a reação da natureza nesse período de quarentena, e Márcia Mura adverte sobre a necessidade de proteção dos territórios indígenas dos constantes ataques de grileiros e madeireiros durante a pandemia. A pesquisadora Naine Terena está reunindo depoimentos como os das duas professores no canal Notícias Indígenas.

Por falar em depoimentos, o cineasta e fotógrafo alemão Wim Wenders vem publicando os seus Diários de palestras, com vídeos, leituras e aulas magnas realizadas nos últimos anos. As conversas giram em torno de seus filmes, mas também da importância da fotografia no cinema, arte e vanguarda.

A dupla de artistas Yana Wernicke e Jonas Feige convidou fotógrafos do mundo inteiro para, em pares, trocarem imagens relacionadas ao isolamento social. Já são mais de 200 trabalhos no site.

O Festival CIRCULATION(S) põe em correspondência obras de 45 jovens talentos da fotografia europeia.

E a exposição we=link traz 10 obras pensadas especialmente para a internet, como Ask Dr. Corona, de YE Funa, Screentime, de Helmut Smits e evasive.tech, de Rafael Bastide.

Banksy também está confinado. Direto de seu banheiro, o artista de rua anônimo mais famoso do mundo revelou sua obra mais recente. “Minha esposa odeia quando eu trabalho de casa”, postou o grafiteiro.

Artigo publicado no site da revista de arte Apollo analisa como a fotografia, desde o século 19, moldou a nossa experiência com pandemias.

A Nasa lançou uma divertida ferramenta como parte da celebração dos 30 anos em órbita do telescópio espacial Hubble: você digita o dia e mês do seu aniversário e vê uma foto feita pelo telescópio nesta data dentro das últimas três décadas.

E a agência oficial de turismo do Egito abriu a visitação virtual da tumba de cinco mil anos da rainha Meresankh III, a fim de incentivar a exploração de sítios arqueológicos do país durante o confinamento. O passeio virtual é repleto de informações de apoio, com uma renderização em 3D feita com extrema precisão.

De portas fechadas, a galeria Nara Roesler montou uma programação especial para a quarentena. Até o dia 25, a exposição virtual Dentro, com curadoria de Luiz Pérez-Oramas, apresenta obras que abordam a questão da interioridade. Como uma caixa com vista para o exterior, de Lucia Koch; uma bolha que viaja por dentro de si mesma, de Cao Guimarães e Rivane Neuenschwander; ou um concerto de piano para ninguém escutar, de Cristina Canale.

E a galeria Fraenkel inaugurou nova série de exposições online: Make Mine a Double (Um duplo para mim) traz obras de Bernd & Hilla Becher, Diane Arbus, Christian Marclay e Alec Soth, entre outros.

Alec Soth fala sobre seus fotolivros (até os de culinária) a convite da editora MACK.

Stephen Shore conversa com Gregory Crewdson sobre atenção metacognitiva, Discos da Ilha Deserta e a visão além da moldura.

Davi Levi Strauss lança Co-ilusão: despachos do final da comunicação, com fotos de Susan Meiselas e Peter Van Agtmael, dia 23, às 19h – registre-se de graça para assistir. O livro reflete sobre a América de hoje a partir da nova “iconopolítica”, em que palavras e imagens perdem sua conexão com a realidade.

Como resposta ao adiamento de suas programações, os festivais Foto em Pauta, FotoRio, Fotofestival SOLAR e a DOC Galeria se uniram para lançar a convocatória Por dentro de um tempo suspenso, que vai selecionar imagens sobre os efeitos da crise da Covid-19 produzidas no Brasil. As inscrições estão abertas até 30/06.

O Itaú Cultural está lançando a iniciativa Arte como Respiro: Múltiplos Editais de Emergência, uma série de editais para diversas formas de expressão artística. O prazo para a categoria Série Fotográfica se encerra dia 22/04.

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Leia também no #IMSquarentena uma seleção de ensaios do acervo das revistas ZUM e serrote, colaborações inéditas e uma seleção de textos que ajudem a refletir sobre o mundo em tempos de pandemia.

 

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