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Recomendações ZUM: fotojornalistas e a documentação de protestos, a identidade como ficção, novo projetos digitais de arte, Nan Goldin e mais

Publicado em: 17 de julho de 2020

Um fotógrafo fez um crachá não oficial de “imprensa” para identificá-lo claramente entre a multidão em um protesto de 2 de junho de 2020 em Hollywood, Califórnia. Foto de Tara Pixley publicada no site Nieman Reports

As fotografias feitas em protestos podem ser uma ferramenta poderosa tanto contra como a favor do movimento #VidasNegrasImportam. É o que argumentam as jornalistas e pesquisadoras Christina Aushana e Tara Pixley em ensaio publicado no site da Fundação Nieman, importante centro de pesquisa do jornalismo ligado à universidade de Harvard. Elas discutem os jogos de poder por trás de práticas já arraigadas do fotojornalismo: “alguns defendem a normalização do consentimento informado como uma prática pela qual jornalistas visuais cuidam daqueles que fotografam, pedindo consentimento para tirar sua foto e informando-os onde essas imagens podem ser publicadas. Outros argumentam pela necessidade de desfocar ou ocultar os rostos dos manifestantes no lado da publicação, protegendo o anonimato dos mais vulneráveis (ou seja, negros, pardos, indígenas, trans e queer). Outro grupo de fotojornalistas – que inclui homens brancos e mais velhos, com poucas, mas notáveis, exceções – insiste que não se deve esperar que pratiquem o consentimento informado nem a preocupação com a identidade dos manifestantes por fotojornalistas que trabalham em espaços públicos.”

 

Ainda sobre a discussão de borrar ou não o rosto de manifestantes em protestos, artigo da revista Wired defende que o ato é antijornalismo e anti-humano: “fotojornalistas não escolhem um lado quando vão para os protestos. Alterar fotografias destrói a confiança e negligencia o fato de que as pessoas querem ser vistas.”

 

Em Londres, assim como em muitas metrópoles, é cada vez mais frequente o fenômeno das áreas pseudo-públicas: espaços públicos mas que necessitam de autorização para entrar, geralmente através de regulamentações feitas por corporações ou indivíduos que detêm o poder sobre o espaço. O British Journal of Photography investiga a produção de imagens desses espaços que, ao borrar as fronteiras entre público e privado, também determinam quem e o que pode ser fotografado ali.

 

Untitled Film Stills #59, de Cindy Sherman, 2012. Foto publicada pelo caderno cultural Babelia, do jornal El Pais.

Se você quer ser visto, desapareça.” A máscara, símbolo cultural desde os tempos antigos, volta à arte contemporânea para refletir um tema muito específico do presente: a identidade como ficção. Texto publicado na edição espanhola do jornal El Pais explora o tema a partir de novas exposições e livro recém-publicado.

 

Durante o mês de julho, o Museu de Arte Moderna (MAM) de SP está com uma programação especial online para comemorar os 72 anos da instituição. Utilizando suas redes sociais como plataformas de ações educativas, são mostrados e discutidos trabalhos de artistas como Rosana Paulino, Tarsila do Amaral e Lygia Clark.

 

Lançada recentemente, a plataforma digital Pivô Satélite funciona como uma sala de projetos dentro do site do Pivô. Seu programa é concebido por artistas e curadores convidados pela instituição e compreende propostas artísticas em formatos variados, pensadas especialmente para os meios digitais. A curadora Diane Lima é a primeira convidada do projeto.

 

 

Foto do livro Garagem Automática, de Felipe Russo, 2020

“A consideração des-antropocêntrica da natureza, da partícula, do processo é necessária para discutir o enquadramento de novas realidades não-humanas”. Em artigo para o site American Suburb X, o crítico Brad Feuerhelm analisa o livro Garagem Automática, do artista brasileiro Felipe Russo.

“Uma vez roubaram meu diário e falaram que foi a coisa mais sem graça que já leram”, diz a fotógrafa Nan Goldin em live feita no início da pandemia para a universidade de Yale. A artista fala sobre ativismo, filmes e o papel de fotógrafos masculinos.

 

O curador Raphael Fonseca inaugurou no YouTube o canal 1 curadorx, 1 hora. Toda quarta-feira é publicada uma nova conversa de uma hora com curadoras e curadores de artes visuais sobre seus percursos, interesses e modos de pensar e fazer curadoria no Brasil. As primeiras entrevistas são com Amanda Carneiro e Tiago Sant’Ana.

 

Fragmento II: Estudantes colegiais na celebração do 4 de julho, Nova Orleans, Louisiana, da série Silent General, de Na-My Lê, 2017. Foto publicada no site da Galeria Marian Goodman.

 

“A história não se move em uma linha temporal reta”, diz a artista An-My Lê a respeito de sua exposição virtual Silent General, no site da galeria Marian Goodman. O trabalho foi motivado pelo tiroteio na igreja de Charleston, na Carolina do Sul, em junho de 2015. Preocupado em estender a reflexão além do ciclo de notícias de última hora, Lê embarcou numa longa viagem para documentar a complexidade de representar toda a simbologia da história. ///

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Leia também no #IMSquarentena uma seleção de ensaios do acervo das revistas ZUM e serrote, colaborações inéditas e uma seleção de textos que ajudem a refletir sobre o mundo em tempos de pandemia.

 

 

 

 

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