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Daido Moriyama é o vencedor do prêmio Hasselblad 2019

Publicado em: 8 de março de 2019

Daido Moriyama (1938), um dos mais importantes e reconhecidos fotógrafos do Japão, foi anunciado hoje vencedor da 40ª edição do prêmio Hasselblad. Celebrado pelo uso radical da fotografia, Moriyama foi um dos membros originais da geração Provoke, grupo de fotógrafos que se reuniu em torno da revista de mesmo nome no final dos anos 1960 e que mudou profundamente a fotografia japonesa do pós-guerra. Desde o início de sua carreira Moriyama combinou de maneira única a influência de nomes como o fotógrafo William Klein, os escritores Jack Kerouac e James Baldwin e o teatrólogo experimental japonês Shūji Terayama.

Reunido na Suécia por quatro dias no final de 2018, o júri, composto por Paul Roth (curador e diretor do Ryerson Image Centre de Toronto, Canadá), Ann-Christin Bertrand (curadora da Fundação C/O Berlin), Susanna Brown (curadora de fotografia do Museu Victoria & Albert, Londres), Kristen Lubben (diretora executiva da Fundação Magnum, Nova York) e Thyago Nogueira (curador de fotografia contemporânea do IMS e editor da ZUM), declarou em nota que Moriyama é “uma figura icônica da fotografia japonesa, reverenciada mundialmente por sua estética extrema, certamente um dos fotógrafos mais significativos e influentes da história. Para toda uma geração de espectadores, o desleixo caótico e a beleza rústica de suas imagens refletem uma psicologia urbana universal, uma profunda empatia pela alienação e pelo deslocamento de todas as cidades pós-industriais”.

“Tentando superar a maneira como as imagens eram usadas para ilustrar textos, Moriyama embarcou com rebeldia numa jornada pessoal para explorar os limites de compreensão das imagens. Reforçou a origem mecânica da fotografia produzindo longas sequências, repetições ad nauseam e abusando do disparo automático da câmera, sem olhar para o visor, usada como uma metralhadora. Também explorou a artificialidade das reproduções, destacando aspectos bidimensionais com os grãos do filme, os arranhões e os cortes”, resume Thyago Nogueira.

Além do prêmio de 1 milhão de coroas suecas (cerca de 420 mil reais), Moriyama será objeto de uma exposição no Centro Hasselblad, em Gotemburgo, e de um livro. Em sua 40ª edição, o prêmio já foi dado a nomes importantes da fotografia mundial, como Sebastião Salgado (1988), Susan Meiselas (1994), Robert Frank (1996), Cindy Sherman (1999), Jeff Wall (2002), Nan Goldin (2007), Graciela Iturbide (2008) e Wolfgang Tillmans (2015), entre outros. ///

 

 

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